Polícia



Bala na Cara

Traficantes matam mulher por vingança na Zona Sul da Capital

Maria Jurema, 62 anos, brigava com casal que vendia drogas na frente da sua casa. O homem e a mulher foram presos, mas dias depois a idosa foi executada a tiros

02/03/2013 - 08h27min

Atualizada em: 02/03/2013 - 08h27min


O assassinato de uma dona de casa da Zona Sul da Capital foi uma vingança de traficantes. É a principal hipótese da polícia. Maria Jurema Maia dos Santos, 62 anos, levou dois tiros no rosto na sala e casa, na tarde de quinta, na Rua Dezesseis do Parque Residencial Ernesto Beck, Bairro Guarujá. O local fica a menos de 2km da Vila dos Sargentos, tomada pelos Bala na Cara.


Na comunidade, pessoas garantem que a morte foi uma retaliação. Na segunda-feira, a Brigada prendeu no bairro um homem e uma mulher. A jovem, detida com 109 pedras de crack, seria companheira de um detento da PEJ. Tanto ela quanto o rapaz, presos juntos, eram vistos com frequência vendendo drogas na Rua Dezesseis e, vez que outra, eram repreendidos por Maria Jurema.


Uma testemunha ouvida pelo Diário Gaúcho, que pediu para não ser identificada, contou que na manhã de sexta-feira a irmã da presa recebeu uma ligação. No telefonema, feito  de dentro do Madre Pelletier, a detenta teria ordenado que, à tarde, todos tirassem as crianças da rua.


Execução remete ao bando


Às 16h, o portão da casa de Maria Jurema foi arrombado por três criminosos, que a executaram com dois tiros no rosto. O modo de execução remete ao bando que domina o tráfico em parte da Região Metropolitana, os Bala na Cara.


- É uma das linhas de investigação - disse o delegado Gabriel Bicca, da 4ª DHPP. A delegacia investiga a hipótese de que os bandidos estivessem interessados em algo dentro da casa, embora nada tenha sido levado. 


Lei do silêncio impera 


O silêncio dos moradores, temerosos com a reação dos traficantes, se vira contra a própria comunidade. É o que lamenta o delegado Gabriel Bicca. Pelos menos mais dois inquéritos seguem na estaca zero devido à falta de informações.


- Ninguém procura a delegacia. Fica difícil trabalhar sem informações e denúncias - disse. 


Um dos casos é o assassinato de Nicolas Maldonado Alves, 17 anos, no dia 19 de  fevereiro. Ele levou dois tiros no rosto na Rua D da Vila dos Sargentos.


- Nem familiares apareceram para prestar depoimento - contou Bicca.


Nicolas não tinha antecedentes criminais e, conforme familiares, não era usuário de  drogas. Uma das hipóteses é de que tenha sido morto por engano. 


O outro caso é do pai de santo Fábio de Oxum. Morto com quatro tiros de revólver calibre 38 dentro de casa, na Vila dos Sargentos, Fábio de Souza, 38 anos, era um lider comunitário.


AJUDE A POLÍCIA


- Se você quiser colaborar com qualquer informação sobre esses três casos ligue 197. Não é preciso se identificar. 


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