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Força da ONU

General gaúcho assumirá missão na República Democrática do Congo

Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-comandante da Minustah, deixou a reserva para intermediar conflito africano

24/04/2013 - 23h51min

Atualizada em: 24/04/2013 - 23h51min


Em 2009, Santos Cruz premia soldado nepalesa com medalha pelos serviços prestados à Minustah

Após comandar a Missão das Nações Unidas para a estabilização do Haiti (Minustah) , o general Carlos Alberto dos Santos Cruz (leia entrevista aqui), 60 anos, se prepara para assumir uma tarefa de magnitude ainda maior.

Ele sairá da reserva para comandar cerca de 20 mil homens, vindos de 20 diferentes nações, em uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) que pretende contornar a situação de guerra civil atravessada pela República Democrática do Congo.

O convite para assumir a missão foi confirmado ontem pela ONU aos ministérios das Relações Exteriores e da Defesa. Nascido em Rio Grande, o general será o único brasileiro a integrar a força, batizada de Monusco.

Ele já havia comandado a Minustah entre 2007 e 2009, tornando-se o general a passar mais tempo na posição e destacando-se na tomada de Cité Soleil, a favela mais violenta de Porto Príncipe. Atualmente, Santos Cruz atuava como titular da Assessoria de Defesa da Secretaria de Assuntos Especiais (SAE) da Presidência da República.

O conflito na República Democrática do Congo, que mistura o golpe de Estado perpetrado pelo líder rebelde Laurent Kabila com o conflito entre as etnias hutu e tutsi, começou após o genocídio em Ruanda, em 1994. Desde então, diferentes milícias rebeldes controlam o território - a maior delas, o Movimento 23 de Março (M23), é composta por ex-militares. Desde julho de 2010, quando foi criada a missão de paz, 55 soldados da ONU morreram vítimas de ataques rebeldes.

Em 28 de março de 2013, uma resolução do Conselho de Segurança, inédita na história da ONU, deu à Monusco um mandato para ocupar territórios dominados por grupos rebeldes, em especial o M23, acusado de ataques contra a população, abusos aos direitos humanos, exploração sexual e violação do direito internacional. Uma brigada de intervenção, com objetivo de neutralizar os grupos armados do país, foi acrescida ao efetivo já no Congo, iniciativa criticada pelos rebeldes como "ofensiva" e "imparcial" por parte das Nações Unidas.


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