Depois de cinco anos da conclusão da obra e de cerca de R$ 60 milhões investidos, o Conduto Forçado Álvaro Chaves-Goethe irá passar por uma criteriosa inspeção. O trabalho será feito por uma empresa de fora do Estado, que será contratada pela prefeitura de Porto Alegre.

Segundo o diretor-geral do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Tarso Boelter, ainda não há estimativa de custo para os cofres públicos, e a forma de contratação também depende de definição. No momento, a prefeitura realiza consulta de preço junto a empresas paulistas e mineiras.

Em fevereiro, problemas na elaboração e na execução do projeto, além da chuva de 69 milímetros em uma hora, causaram o desabamento de parte da estrutura. Como a obra tem garantia até 2014, o consórcio PMR iniciou o conserto no final do mês passado, sem ônus para o município. A equipe trabalha, em três etapas, no reforço de lajes, vigas, piso e paredes. O serviço no trecho de 24 metros danificado - que representa 0,16% da extensão do conduto (15 quilômetros) - deve ser concluído em 90 dias. Enquanto isso, o trânsito na região da Rua Coronel Bordini está com alterações. O cruzamento com a Rua 24 de Outubro está bloqueado, apenas o acesso para comércio e residências é permitido.

De acordo com o diretor de Obras do DEP, Eduardo Martins, a revisão é uma medida de segurança sugerida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS). Ele explica que a empresa a ser contratada deverá refazer os cálculos de capacidade e avaliar as condições estruturais para identificar possíveis pontos de fragilidade:

- Pontos frágeis não deveriam existir. Vamos nos certificar disto. A gente projeta e executa a obra, mas podem existir no caminho interferências aprovadas pelos técnicos que podem ter modificado o projeto.

A OBRA

Concluída em 2008, estrutura não suportou chuva intensa de fevereiro deste ano

> Considerada a maior obra de drenagem de Porto Alegre, o Conduto Forçado Álvaro Chaves-Goethe tem 15 quilômetros de extensão, contemplando os bairros Moinhos de Vento, Auxiliadora, Mont'Serrat, Rio Branco, Bela Vista, Higienópolis, São Geraldo, Floresta e Navegantes.

> As obras foram iniciadas em maio de 2005 para controlar alagamentos em nove bairros da cidade. A conclusão ocorreu em março de 2008.

> A obra, com custo de R$ 59 milhões, foi construída sob 35 ruas e avenidas e deveria escoar, até o Guaíba, a água que entra pelas bocas de lobo.

> A prefeitura calcula que cerca de 120 mil moradores da região atingida tenham sido beneficiados.

> Na Rua Coronel Bordini localiza-se a maior galeria do conduto, com 7,5 metros de largura e 2,5 metros de altura.