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Furacão em Brasília

Protesto, gritos e invasão pela rampa do Congresso marcam a marcha em Brasília

Ato começou com manifestações pacíficas, mas acabou em atrito com a polícia e teve até confronto entre os militantes que desejavam depredar o Legislativo e os contrários ao vandalismo

18/06/2013 - 05h28min

Atualizada em: 18/06/2013 - 05h28min


Manifestantes pediram paz, criticaram gastos públicos em obras da Copa e defenderam passe livre no transporte público e mais verba para educação e saúde

A Capital Federal vivenciou um furacão ao anoitecer de segunda-feira. Um grupo de manifestantes furou o bloqueio policial e invadiu a rampa do Congresso, ocupando uma das cúpulas do prédio. A tropa de choque tentou impedir o acesso, mas cerca de 300 ativistas conseguiram entrar. Os manifestantes estavam desde o meio da tarde ocupando o gramado central em frente ao Legislativo. Nas primeiras tentativas de invasão, foram contidos pela Polícia Militar (PM), com uso de spray de pimenta. Dezenas foram detidos pelos policiais.

O protesto, organizado pelas redes sociais, abrangia diversas reivindicações, como aplicação de recursos na educação e saúde, passe livre no transporte público e crítica aos gastos públicos nas obras para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo. Com cartazes, faixas e bandeiras do país, os manifestantes se postaram às 17h, no Museu da República, no início da Esplanada dos Ministérios. Durante a caminhada, mais pessoas foram aderindo à manifestação, que ocupou todas as faixas da via.

A polícia calcula que o protesto reuniu cerca de 7 mil pessoas, na "Marcha do Vinagre" - referência à substância usada pelos jovens para neutralizar os efeitos do gás lacrimogêneo.

Assista ao VÍDEO:

O Congresso foi cercado pela tropa de choque e a cavalaria da PM. Manifestantes gritaram que iriam invadir o Congresso. Welinton Fontinele, um dos líderes da manifestação, informou que os grupos que tentaram invadir o prédio estavam sendo procurados. Ele disse que desaconselhou os jovens mais exaltados a invadirem os prédios, para que não sujassem a imagem do movimento.

A orientação da PM era para que a marcha se limitasse a ocupar três das seis pistas de rodagem da avenida que dá acesso ao Congresso, mas os integrantes da passeata ocuparam todas as pistas e a praça fronteiriça à Câmara Federal.

Os manifestantes seguravam cartazes criticando gastos públicos e apoiando os protestos em São Paulo contra o reajuste das tarifas do transporte público. Em pouco tempo, eles tomaram conta do local, mas o ato acabou resultando em conflito entre os que tentavam depredar o Congresso e os que discordavam da ação.

Um grupo de vândalos chegou a danificar carros de reportagem. A invasão do pátio do Congresso fez com que a Presidência da República mandasse reforçar a segurança no entorno do Palácio do Planalto. Manifestantes chegaram a se reunir com o ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, para expor queixas contra os gastos, principalmente para a construção do estádio Mané Garrincha (R$ 1,015 bilhão, custeada pelo governo, no Distrito Federal) e prevenir ações violentas por parte da polícia.

À noite, um grupo de manifestantes agrediu a tapas, pontapés e cusparadas dois coronéis da Polícia Militar e o diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, quando eles se dirigiram à entrada de parlamentares, no subsolo do Congresso, para averiguar o risco iminente de invasão no prédio. Até o fechamento desta edição, os integrantes do protesto não tinham chegado próximo à sede da Presidência.


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