O voo foi cancelado diversas vezes, até que o dia perfeito chegou. E Veno Behling de Pomerode superou mais uma vez seus limites. Entre as muitas batalhas da vida, como um câncer, aos 73 anos, Veno escolheu o Morro da Antena de Jaraguá do Sul como destino para ficar mais próximo da natureza. Com a experiência de 20 anos de piloto, Veno decolou na primeira tentativa e realizou seu voo solo de parapente neste mês.

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Acompanhado do seu filho Mark, Veno subiu o morro de 896 metros dentro de uma picape, como os demais pilotos. Levou nas costas sua mochila e montou o equipamento sozinho, mostrando que está totalmente em forma com o parapente.  Segundo Veno, foi um voo com condições perfeitas em que decolou e posou com segurança.

Para o esporte, Veno começou tarde com 53 anos.  O empresário de Pomerode decidiu aprender a voar quando um dos seus três filhos, Hans Peder, virou instrutor da modalidade em 1995. Desde lá, o parapente virou um esporte para toda a família.

- O apoio dos filhos é muito importante, e de vez em quando eles me dão uns corretivos, uns toques, já que eles praticam com mais frequência os voos - revela.
Segundo o filho Mark, conta que o pai gosta de voar por toda a região e que são raras as pessoas idosas que praticam esportes de aventura. Antes da doença e da idade avançada chegar, os voos eram mais frequentes pelo Morro Azul, entre Pomerode e Timbó, e Morro do Pelado em Gaspar. Veno também já participou de diversos festivais de parapente pelo país e etapas do catarinense. E é membro do Clube de Pomerode de Parapente.

Após ficar com dificuldade na fala por causa do câncer na garganta, seus filhos são seus interprete, repassam suas opiniões sobre as condições de voo e a melhor estratégia para aquele dia. Segundo Veno, o que motiva é a emoção de cada voo ser diferente por causa das condições de tempo. Seu voo ideal é aquele que consegue se manter por mais tempo no céu ou que consegue subir mais alto. Veno não se imagina sem o parapente, esporte que conquistou o céu e ganhou amigos.  Para ele, a idade é apenas um detalha e o importante é estar onde se gosta: voando.

- A sensação de voar é indescritível, a liberdade, a tranquilidade é tudo muito bom. Além disso, encontrar os amigos e acompanhar os filhos na prática do esporte também é bastante motivador.