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Menino passa por cirurgia rara e tem braço reimplantado no Rio de Janeiro

Mateus Ramos Monteiro, de 6 anos, teve o braço direito amputado na altura do ombro após sofrer um acidente de trânsito

07/12/2015 - 17h54min

Atualizada em: 07/12/2015 - 17h54min


Luiz Barros / Ascom
Após três meses de tratamento e 14 cirurgias, Mateus teve seu braço reimplantado

O pequeno Mateus Ramos Monteiro, de 6 anos, comoveu a equipe médica de um hospital público da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, após sofrer um grave acidente de carro em julho deste ano. O menino teve seu braço direito amputado na altura do ombro. O caso, praticamente impossível de ser revertido, mobilizou oito profissionais entre cirurgiões, anestesistas e enfermeiros para realizar um procedimento reimplante raro e de alta complexidade. Após três meses de tratamento e 14 cirurgias, Mateus e sua família comemoram os resultados.

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Desde 2009, quando o programa SOS Reimplante do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes começou a funcionar, mais de 500 cirurgias foram realizadas. Mas, de acordo com o coordenador, o microcirurgião João Recalde, nenhuma foi tão complexa como o caso de Mateus. Devido ao tipo amputação sofrida pela criança a equipe médica precisou realizar um procedimento cirúrgico de grande porte.

- Já fizemos outras cirurgias de reimplante de braço em crianças e adultos, mas nunca tivemos um caso tão complexo como este, pelo local em que ocorreu a amputação. Por ser muito delicada a recuperação do membro, o caso normalmente não teria indicação de reimplante. Mas toda a equipe ficou muito sensibilizada pela história e resolvemos fazer mesmo assim. Agora está sendo recompensador ver a recuperação da criança, tão ativa e falante - afirma o microcirurgião.

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Logo ao chegar no Hospital, Mateus passou por um procedimento de emergência que durou cerca de cinco horas e consumiu oito bolsas de sangue. Neste primeiro momento, os médicos fixaram o osso e refizeram a circulação das artérias e veias. Em seguida, o menino passou por outras seis cirurgias para concluir o reimplante, recolocando, em cada fase, pele, músculos no braço e enxertando nervos. Mateus também passou por outras oito cirurgias para reparação dos danos provocados pelo acidente.

Após passar pelo CTI em três meses de internação, a criança volta agora ao hospital regularmente para consultas de reavaliação e sessões de fisioterapia. Para o pai, o sargento da Polícia Militar Sandro Monteiro, de 43 anos, a sensação é de que seu filho nasceu de novo.

- Agora é uma questão de tempo para que o movimento do braço e a sensibilidade da mão sejam recuperados. Mas ele já brinca de vídeo game e vem mostrando uma ótima recuperação. Foi um verdadeiro milagre - comemora Sandro.

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Mesmo tendo plano de saúde, o pai afirma que resolveu manter Mateus no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes pela qualidade do atendimento que recebeu na unidade.

- Fiquei surpreso de receber um atendimento nesse nível de qualidade na rede pública de saúde. Nem pretendo recorrer ao plano - opinou.

Como socorrer a vítima 
Ao socorrer a vítima de amputação traumática de extremidades, um dos pontos mais importantes é acondicionar de forma correta o material amputado, que deve ser mantido a 4ºC. A maneira mais simples para isso é colocar a parte amputada em um saco plástico resistente, lacrar com fita adesiva e colocá-lo em um ambiente com água e gelo picado, distribuídos meio a meio, como numa caixa de isopor. Quanto mais rápido o paciente chegar ao hospital, melhor. Para garantir seu sucesso, o ideal é que a cirurgia de reimplante seja feita em até seis horas após o acidente.

Como é o tratamento
Uma vez feita a cirurgia, após a alta o paciente é acompanhado no ambulatório para troca de curativos, retirada de pontos e, quando necessário, do material de fixação dos ossos. A segunda fase da recuperação é o atendimento por um grupo de terapeutas ocupacionais para iniciar a reabilitação funcional. O objetivo é recuperar os movimentos e a sensibilidade da parte amputada para que o paciente possa ser completamente reintegrado à sua rotina. Em geral, o acompanhamento leva de 2 a 3 anos, que é o tempo necessário para a recuperação motora e sensitiva.

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* Diário Gaúcho


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