Prende e solta da polícia
Impasse na soltura de punguista flagrado no Centro da Capital
Polícia abriu inquérito e agora procura pela vítima do furto
Favero Civiero, 33 anos, identificado como o punguista flagrado pelo Diário Gaúcho na tarde de segunda-feira em frente ao Terminal Parobé, no Centro, está solto. Na noite de ontem, PMs do 9º BPM detiveram o homem que aparece nas imagens. Segundo os PMs, Favero já tem mais de 20 passagens por furto e assaltos.
- Ele foi trazido pelos brigadianos e ouvido pelo plantonista. Agora vamos abrir um inquérito para apurar o fato - disse o titular da 17ª DP, delegado Hilton Muller.
Conforme Hilton, os PMs contaram na delegacia que fizeram uma campana e flagraram Favero chegando em casa com uma sacola. Dentro dela, estavam as roupas que ele vestia no dia do furto. Já o suspeito fez outro relato ao plantonista da 17ª DP.
Ele disse que ele e a mulher, grávida, foram parados na frente de casa por homens que se identificaram como policiais, que colocaram armas na cabeça dos dois. Depois, sem mandados, teriam invadido a casa do casal e revistado o local. Só então foram encontradas as roupas. Quando a capa do Diário Gaúcho foi mostrada ao suspeito, Favero disse não ser ele o homem da foto.
Sem saber que Favero havia sido solto, o comandante do 9º BPM major Jorge Maia, admite apurar as acusações feitas pelo delegado. Segundo eles, os policiais do batalhão localizaram o punguista e em seguida conduziram-no ao apartamento onde mora. No local, o major salienta que, em uma sacola, foi encontrada a bermuda, a camiseta e o boné que Favero usava quando atacou a mulher.
- A princípio, a resposta para a comunidade foi dada. Identificamos o rapaz e prendemos. As imagens são bem claras. Se o delegado entende que fizemos algo ilegal, vamos instaurar um procedimento junto aos policiais que efetuaram a prisão - salienta Maia.
O comandante do 9º BPM admite que não houve flagrante na prisão do suspeito, mas espera que ele seja responsabilizado por seus atos. A ficha policial de Favero teria duas páginas de extensão, entre diversos tipos de furtos, diz Maia.
- Vamos continuar monitorando (Favero). Se ele voltar a delinquir naquele setor, novamente iremos atrás dele e encaminharemos à delegacia.
Quanto ao fato do homem não ter ficado preso, o delegado Hilton esclareceu que não havia mais condições para o flagrante, uma vez que ele foi detido um dia depois do fato, sem o objeto roubado e sem que o crime fosse registrado pela vítima. Além disso, por se tratar de um crime de furto, com pena inferior a quatro anos, ele é passível de aplicação de fiança que, uma vez paga, faria com que ele fosse liberado em seguida.
O delegado também lembra que os crimes com penas inferiores a oito anos de detenção são cumpridos em regime inicialmente semiaberto, ou seja, uma vez condenado por furto, ele não ficaria preso em regime fechado.
- O sujeito hoje para praticar um crime e ficar preso tem que fazer muita coisa. Ficar preso em regime inicialmente fechado é dificil! - desabafou o delegado.
Hilton ainda pede ajuda para localizar a vítima do roubo. Sem o registro dela, não há condições de indiciar o ladrão, mas com o relato, o inquérito teria mais provas e ficaria mais consistente.
- Se ela já registrou, basta nos ligar e avisar o número da ocorrência. Se não registrou, pode fazê-lo aqui ou em qualquer DP e contar que é o furto que foi flagrado pelo Diário - pede o delegado.