O comerciante Jacir Grando, 43 anos, foi morto em assalto no Bairro Itu Sabará, na Zona Norte de Porto Alegre. Foram pelo menos cinco disparos. Enquanto seu filho caçula, Guilherme, 14 anos, gritava por socorro, os criminosos correram.

A poucos metros dali, porém, cruzava uma viatura da Polícia Civil com um delegado e um comissário. Com o minimercado fora do campo de visão deles, os policiais acharam que a cena era a de um roubo de veículos. Enquanto o motorista arrancava o carro, os comparsas corriam atrás dele, de armas em punho.

- Gritamos "para, polícia!" e aí já veio bala - contou o comissário Renato Frota.

Com três tiros na lataria, deram meia volta e iniciaram a perseguição. Não sabiam que dentro do minimercado, o dono agonizava. Ao ouvir os disparos, Pedro Alves, 71 anos, foi ao encontro do amigo.

- Os curiosos se aproximavam, mas ninguém ajudava. Até que colocaram ele dentro de um carro e levaram para o hospital - narrava ele, sem saber que o companheiro não tinha resistido a mais um assalto.

Jacir chegou sem vida ao hospital. Ele era proprietário da Casa de Carnes Costelão, na esquina das ruas Coronel Miguel de Cunha Correa e Irmão Inocêncio Luis.

Placa e chassi adulterados para o roubo

Titular da 14ª DP, o delegado Luis Fernando Martins de Oliveira perseguiu os criminosos até que o Celta em que eles estavam ficou encurralado:

- Dois fugiram em direção à vila Cefer e um pro matagal, mas vamos encontrá-los.

Com uma fita isolante, os criminosos tinham tentado adulterar a placa fazendo de uma letra F um A.