Profissionais do 171
Bandidos deram golpe de R$ 1 milhão na Capital
Grupo captava empréstimos em bancos em nome de empresas falsamente habilitadas. Três pessoas foram presas, mas o líder escapou da operação
Moradores de áreas nobres da Capital, eles se apresentavam como empresários e, segundo a polícia, viviam com luxo. Mas a maior parte da renda deles vinha de um esquema de falsificação de documentos e lavagem de dinheiro que deixou prejuízo de mais de R$ 1 milhão ao sistema bancário.
Na manhã de ontem, após três meses de investigação, três das sete pessoas apontadas pela 15ª DP como membros da quadrilha foram presas temporariamente na Operação Caça-Fantasmas. O líder seria um homem de 29 anos, morador do Bairro Bela Vista. Ele não foi capturado. Os nomes deles e dos bancos não foram divulgados pela polícia.
Veículos eram dados em garantia
O esquema consistia no uso de nomes de "laranjas" para alterar o corpo societário e a razão social de antigas empresas. A polícia acredita que a maior parte dos donos dessas empresas tenha sido vítima.
Os empréstimos chegavam a R$ 200 mil. As supostas empresas ofereciam veículos (em muitos casos, semirreboques) como garantia para pedir os empréstimos. O problema é que os veículos não existiam.
- Eles apresentavam documentação correta, como se os semirreboques tivessem sido fabricados. Até que os bancos fossem cobrar, era tarde - afirmou o delegado Ajaribe Pinto.
O golpe existiria há muitos anos e cerca de 300 veículos foram usados.
Empresário seria o mentor
Na manhã de ontem, o suspeito apontado como mentor foi preso. O homem de 54 anos é proprietário de uma loja de veículos na Capital. Segundo a polícia, teria ensinado o restante do bando a forjar o golpe.
Foram presas duas mulheres, de 52 anos e de 24 anos. Além do líder, a polícia ainda busca envolvidos nos golpes em Alvorada, Viamão e Esteio.
O esquema
- Estelionatários descobrem documentos de empresas antigas, que muitas vezes sequer estão em atividade, mas seguem cadastradas na Junta Comercial. Mudam a razão social e incluem o nome de um dos bandidos como sócio.
- O grupo aumenta o chamado capital social da empresa, e então busca bancos à procura de empréstimos, alegando que investiria o dinheiro para ampliar a firma. Como garantia, dão documentos de veículos (entre eles, tratores e máquinas).
- Aparentemente, os veículos são regulares (a polícia investiga). Os bancos só descobrem o esquema quando as primeiras faturas não são pagas.