A rota do T5 teve uma parada inusitada, no final da tarde desta quarta-feira, na Avenida Cristóvão Colombo, Bairro Floresta, na Capital: a delegacia de polícia. O motorista Carlos Alberto Pinheiro, 38 anos, passa todos os dias, diversas vezes ali pela frente, mas nunca imaginou que teria que desembarcar passageiros numa DP.

Revoltados com três mulheres que tentaram furtar a carteira de uma professora na mão grande, os cerca de 70 passageiros se uniram em coro e clamavam pela polícia. Sem saber que desfecho poderia ter tal rebelião, o motorista não hesitou: trancou as portas do coletivo e só abriu para o delegado Marcos Machado embarcar e dar voz de prisão ao trio.

Encurraladas, as mulheres batiam na porta e tentavam sair pela janela, sem sucesso. Era o fim de uma ação desastrada que já somava R$ 350 e US$ 15 sem procedência.

- Elas vieram de arrasto e os passageiros vibrando com a prisão - contou o policial que nunca tinha visto nada igual.

Bando famoso

No final dos anos 90, três gordas foram presas por uma série de furtos no Centro da Capital. A polícia descobriu que elas tinham várias comparsas. Desde então, pelo menos 28 mulheres foram presas suspeitas de integrar da Gangue das Gordas.

A extensa ficha policial de cada uma das três presas ontem, com diversas ocorrências de furto, não deixa dúvidas à equipe da 3ª DP: Elisângela Matias Massena, 31 anos, Bruna Godoy Alvarenga, 29 anos, e Wange Pinheiro Correa, 27 anos, pertencem ao mesmo grupo, também conhecidas como a Gangue dos Ônibus.

- Elas são remanescentes das Gangue das Gordas, são todas conhecidas entre elas. As outras agiam em lojas, essas se especializaram em ônibus - resumiu o delegado.