Polícia



Caso Beatriz

Completa um mês o sumiço de idosa no Santuário de Aparecida

Após 30 dias do sumiço da esposa, marido continua no interior paulista em busca de idosa de 77 anos. Polícia pouco evoluiu na investigação

22/11/2012 - 07h25min

Atualizada em: 22/11/2012 - 07h25min


Casa da família continua vazia

As portas da casa azul, à margem da ERS-240, em Portão, continuam fechadas. Nem sinal do casal de idosos que reside ali. Nos fundos, onde foi construída a paróquia Santo Antônio, em um terreno doado pela família, seguem as orações, noite e dia, pela volta da vizinha. A falta de notícias, as pistas desencontradas e os 30 dias de buscas pela dona de casa Beatriz Joanna Von Hohendorf Winck, 77 anos, só fazem aumentar a aflição da família.

 
Beatriz tem lapsos de memória
Foto: Reprodução

Desde o desaparecimento, no dia 21 de outubro, Delmar Winck, 82 anos, procura pela mulher na cidade paulista de Aparecida. Ele e o filho, João Carlos Winck, 54 anos, já percorreram mais de dez cidades.

- O pai tem momentos de certa tranquilidade e outros de extrema angústia. É uma situação difícil - contou João.

Cartazes foram espalhados

Delmar e Beatriz estavam em um grupo de turistas que saiu de Portão no dia 20 de outubro com destino a Aparecida. Depois da visita ao Santuário Nacional, iriam para Poços de Caldas (MG).

Mas, no primeiro passeio, enquanto Delmar comprava uma lembrancinha na basílica, Beatriz sumiu. Nas buscas, marido e filho contam com voluntários que espalham cartazes e divulgam o sumiço da idosa em rádios e jornais locais.

- A gente vai procurando e acaba voltando de mãos vazias - diz João.

"Ficarei aqui até encontrar"

Mesmo sem pista concreta e com poucos resultados via investigação policial, João e Delmar continuam a busca por qualquer informação. O filho tem fé:

- Meu sentimento é que ela está na região. E que a mãe está viva. Aqui acontece muito das pessoas acolherem outras. Há muitas áreas rurais, humildes, sem sinal de televisão, nem celular. Em alguns casos até sem luz.

Os dois só pretendem voltar para Portão quando encontrarem Beatriz. E esperam que seja com vida.

- Eu vou ficar até encontrar a minha mãe. Vamos dar de gaúcho, de farroupilha, e insistir - promete o filho.

O que pode ter acontecido?

O Santuário de Aparecida recebe 150 mil fiéis nos finais de semana próximo ao dia da padroeira do Brasil. Uma possibilidade é que Beatriz tenha se confundido e entrado em ônibus errado. A hipótese perde força, uma vez que há controle rígidode fiéis.

A idosa também pode ter entrado em um coletivo e descido em qualquer cidade próxima. Por isso, cartazes com fotos de Beatriz foram espalhados em cidades perto de Aparecida e distribuídos a motoristas de excursões.

Outra possibilidade é que Beatriz tenha sido acolhida por uma família que não saiba do seu desaparecimento - e que a idosa não tenha condições de explicar onde mora ou relatar que estava em Aparecida (ela já já teve lapsos de memória).


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