Só restou a bicicleta de Suelem da Silva dos Santos, 12 anos, parada no pátio da escola Artur de Pereira Vargas, em Canoas, há uma semana. A menina, como de rotina, na quinta-feira foi levada pela mãe à escola pouco depois das 7h. Mas nem chegou a entrar em sala de aula. Desde então, não foi mais vista e, agora, mobiliza família, vizinhos e polícia.

A principal suspeita é de que tenha sido levada por um homem que teve um relacionamento com a mãe dela.

- Este homem sumiu de casa e não foi mais visto no trabalho a partir do mesmo dia que a menina sumiu. Temos indícios reforçando a tese, mas ainda estamos apurando se é realmente um caso de sequestro - afirmou a responsável pela investigação na Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente (DPCA) de Canoas, delegada Priscila Salgado.

Sem pistas de onde a menina possa estar, a polícia deve solicitar à Justiça a quebra de sigilos do principal suspeito. Enquanto isso, a aposentada Magda Rosângela Cézar da Silva, 47 anos, imprime cartazes com as fotos da filha, sempre sorridente nas fotos.

Caminhoneiros estão ajudando

- Ela só tem tamanho, porque é bem infantil. Nunca foi de andar na rua, sempre gostou mais de ficar conosco em casa, com a família. Faz pouco tempo que começou a ter amigas na escola - contou a mãe.

Os cartazes já circulam por estradas gaúchas, a partir de caminhoneiros.

A vida da família passava por um período de recomeço no Loteamento City Park, em Canoas. Há dois meses, Magda chegou ali com as duas filhas, vinda de São Leopoldo.

- A vida com o meu ex-companheiro estava impossível. Ele tinha problemas de relacionamento, e eu não aguentei. Um dia peguei as meninas e fui embora para próximo de meus familiares - desabafou a mãe.

Mãe acredita em crime de sedução

Quando a filha sumiu, a desconfiança da mãe foi imediata. Apesar da suposta violência - nunca registrada na polícia - contra a mãe, o tratamento dele com a enteada seria bastante carinhoso. A suspeita de Magda é de que a menina possa ter sido seduzida.

Suspeito deu a letra

O suspeito, de 37 anos, teria continuado em Teutônia, no Vale do Taquari, onde morou com a ex-companheira e as filhas dela até meses atrás. Mas, conforme a mãe da menina sumida, nunca deixou de ameaçá-la.

Cerca de 20 dias antes do sumiço de Suelem, conforme Magda, por telefone ele fez um alerta:

- Tu vais sentir na pele o que eu estou sentindo.

Foi o último contato.

Menina fez contato

Ainda na tarde de quinta, a família teve a primeira pista do paradeiro da menina. A própria Suelem ligou para o pai e, segundo a mãe, diferente do seu comportamento usual, afirmou:

- Não quero saber de ti nem da mãe. Estou muito bem onde estou.

Telefone foi reconhecido

Depois de verificar o número de onde partiu a ligação, os pais de Suelem descobriram que pertencia ao ex-padrasto. Foram feitas tentativas de contato, mas o celular dele, desde então, está desligado.

Em Teutônia, a família assegura que o homem desapareceu - ninguém soube informar seu paradeiro. Conforme apurou a família de Magda, ele deixou tudo em casa e saiu de moto.

Segundo relato de testemunhas à polícia, antes de sumir da escola, Suelem teria sido vista conversando com um homem mais velho - as testemunhas não conhecem o ex-padrasto da menina.

Homem recebeu mensagem

Conforme a delegada Priscila, pessoas próximas ao suspeito teriam confirmado que ele recebeu, dias antes do desaparecimento, mensagens no celular assinadas por alguém chamado "Sussu".

- Nosso trabalho neste momento está em localizar os dois para depois qualificarmos o que está acontecendo - explicou a delegada.

Ajude a encontrar

Quem souber do paradeiro de Suelem deve acionar a polícia ou entrar em contato: (51) 8497-2113, (51) 3077-8271 e (51) 8413-0271.