Polícia



Furtos e roubos

Oito motos são levadas por dia em Porto Alegre

Média é de um roubo ou furto a cada três horas. Motoboys são os mais visados

18/04/2013 - 07h43min

Atualizada em: 18/04/2013 - 07h43min


Veículos estão na mira dos ladrões

Ao motociclista que está lendo o Diário Gaúcho pela manhã, uma notícia nada agradável: antes da hora do almoço, pelo menos uma moto vai ser roubada ou furtada nas ruas de Porto Alegre. Conforme a Delegacia de Roubos de Veículos (DRV), cerca de oito motos são levadas por criminosos todos os dias na Capital - média de uma a cada três horas.

- O que podemos fazer é desbaratar quadrilhas e combater os receptadores, mas a moto tem vários destinos na criminalidade. E, na verdade, em comparação ao roubo de carros, para boa parte das pessoas acaba ficando em segundo plano - admite o titular da DRV, delegado Juliano Ferreira.

Honda CG é a mais cobiçada

No Estado, a média diária é de 16 casos - 12 deles nas dez principais cidades da Região Metropolitana. A Honda CG, líder de venda entre todos os veículos fabricados no país, encabeça também o ranking das mais procuradas por bandidos. Das 720 motos levadas este ano em Porto Alegre até o final de março, a CG, nos modelos 125cc e 150cc, corresponde a pelo menos 260 casos. E é bem provável que represente mais. Muitas vezes, o policial que registra a ocorrência não tipifica o modelo, só a marca.

Grande parte vai para desmanches. As maiores recebem documentos falsos e são revendidas.

BM busca casal de ladrões

Antes de ir para desmanches, a moto costuma passar por assaltantes. Grande parte dos roubos a postos e comércios é feita com elas.

- Temos barreiras no trânsito, com as quais inibimos o roubo de veículos. Mas não é só isso - informa o responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel João Diniz Godoi.

Segundo o oficial, o serviço de inteligência do CPC detectou grupos. Entre eles, um casal que, de ônibus, vai ao Centro carregando capacetes para roubar moto e fugir com ela. PMs tentam localizar a dupla.

Proteja-se

Algumas ações podem inibir a ação de gatunos

Jamais pare a moto em locais escuros. E evite ao máximo ter de estacionar na rua.

Mesmo que o veículo fique em garagem com portão, coloque trava própria e alarme. Portas são fáceis de arrombar, e motos podem ser levadas numa caminhonete.

Se tiver de estacionar, faça isso em locais movimentados e privados, como postos. Parar na via para atender telefone, por exemplo, é um chamariz para ladrões.

Invista em alarme do tipo corta-corrente e em rastreadores. Apesar de não serem baratos, costumam fazer com que o bem seja recuperado.

Motoboys são os mais visados

Segundo o Detran, a frota de motos em Porto Alegre é de 84 mil veículos. Com oito furtos ou roubos diários, é como se a cada grupo de 10 mil motos, uma fosse levada ao dia. Como na Capital existem cerca de 12 mil motoboys, que ficam pelas ruas mais de oito horas por dia, é fácil prever que a chance de um deles se tornar alvo é bem maior. O Sindicato da categoria (Sindimoto) não faz registro dos casos, mas o presidente Valter Ferreira afirma que, em 2012, pelo menos um era atacado a cada 24 horas. Hoje, ele acha que o quadro pode estar pior.

- Está se tornando comum o ladrão levar a moto, descobrir onde o dono trabalha, entrar em contato por telefone e pedir um resgate de R$ 500, R$ 600 para devolvê-la. E muitos nem fazem ocorrência - alerta.

Levaram moto, pizza e botas

Foi o que ocorreu com um entregador de uma pizzaria da Zona Leste da Capital. Ao entregar um pedido na Lomba do Pinheiro, o motoboy de 29 anos foi cercado por dois homens armados, que levaram os documentos, o veículo, a pizza e até as botas que ele usava.

- Pelo baú, viram onde eu trabalhava e ligaram para a empresa. Negociamos, e fiquei de dar R$ 500 pela moto, mas fiz questão que me entregassem também as botas. No dia seguinte, a pedido deles, deixei o dinheiro em um beco bem perto da pizzaria. Eu nem tinha saído de lá quando um cara pegou o envelope com o dinheiro e deixou um bilhete dizendo que a moto estaria atrás do Cemitério Jardim da Paz. Fui lá e encontrei. As botas estavam do lado - relatou o motoboy.

Ele pediu para não ser identificado porque seus documentos ficaram com os criminosos.

O delegado Juliano condena a prática:

- O certo é comunicar à policia. Na maioria das vezes, a pessoa se torna vítima duas vezes, pois o criminoso não devolve a moto. É a polícia que deve tentar correr atrás do bem para localizá-lo.


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