Polícia



Mistério

Polícia continua sem pistas concretas do matador de três taxistas na Capital

O cenário ainda é mais nebuloso se foram somados os três assassinatos, também de taxistas, ocorridos na Fronteira na madrugada de 28 de março, que também estão sem solução

06/04/2013 - 15h59min

Atualizada em: 06/04/2013 - 15h59min


IGP examinou os três táxis da Capita por duas vezes, em busca de manchas de sangue e impressões digitais

A polícia ainda não conseguiu determinar, por exemplo, se os casos da Fronteira e da Capital têm ligação, se foi o mesmo matador. Ontem, foi confirmado que o taxista morto em Rivera também foi atingido por uma arma calibre 22, como os outros.

Na Capital, os policiais refazem os possíveis trajetos feitos pelo já apelidado Matador da Bandeira 2. Imagens obtidas de câmeras de vigilância pouco ajudaram. Os agentes têm apenas uma vaga descrição de um possível suspeito: branco ou moreno claro, magro e cerca de 1,70m.

Objetos não apareceram

O que intriga ainda mais os policiais da Capital é o fato de que nenhum dos objetos roubados (GPS e rádios) ter sido vendidos em bocas de fumo. Os agentes acreditam em latrocínio (matar para roubar), mas estão receosos em descartar outras duas linhas: a de que se trate de um maníaco homicida ou, então, um assassino, agindo por vingança ou a mando de alguém - neste caso, os próprios taxistas falam em represália de algum criminoso que foi preso ou apanhou de motoristas.

Nesta semana, depois de ouvir testemunhas e familiares das vítimas e de fazer buscas por suspeitos, o saldo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa é negativo. A polícia espera que os laudos periciais e a melhora nas imagens, que está sendo feita pelo IGP, possam fornecer alguma pista.

O que a polícia sabe

- Todas as vítimas eram taxistas e foram mortas por disparos de calibre 22.
- Os tiros foram todos na cabeça. Enio é o único que levou apenas um tiro, na nuca. Os demais foram atingidos com dois tiros.
- Em todos os casos, com exceção de um, o assassino matou as vítimas, as jogou para fora do carro e levou o veículo, abandonando-o longe dos corpos. Apenas o corpo de Cláudio Gomes, o último a ser morto (na Capital) foi encontrado ao lado do seu automóvel.
- As perícias mostram que os projéteis teriam saído de armas diferentes, na Fronteira e na Capital. A Polícia Civil não exclui, porém, a possibilidade de que, se for o mesmo assassino, ele tenha usado duas armas do mesmo calibre, o 22.

O que já foi feito

- Perícia - O Instituto-Geral de Perícias (IGP) examinou os três táxis da Capital por duas vezes, em busca de manchas de sangue e impressões digitais. Os peritos também usaram uma nova tecnologia que permite visualizar substâncias imperceptíveis a olho nu - pelos, cabelos, unhas, entre outros materiais genéticos. Esses indícios poderiam permitir a identificação do criminosos por meio do exame do DNA. Nos veículos, foram encontrados pelo menos dez tipos de impressões digitais, de pessoas diferentes.
- DHPP - 35 policiais civis e delegados se revezam na investigação.
- Foram ouvidos 40 depoimentos de testemunhas e familiares das vítimas
- Uma equipe refez os possíveis trajetos das vítimas e do assassino, em busca de novos dados.
- Policiais procuram por imagens de câmeras e fazem batidas em pontos de tráfico em busca de informações ou dos objetos roubados.

Entenda o caso

Livramento

- Três taxistas de Santana do Livramento e de Rivera foram encontrados mortos na manhã de quinta-feira, dia 28 de março. Os crimes aconteceram num intervalo de quatro horas. Helio Beltrão do Espírito Santo Pinto, 45 anos, Márcio Fabiano Magalhães Oliveira, 33 anos, e Enio Rolim Lecina, 55 anos, foram atingidos por tiros de calibre 22 na cabeça. Hélio e Márcio teriam sido mortos em Livramento e Enio, na cidade vizinha de Rivera, no Uruguai.

Porto Alegre

- Na madrugada de sábado passado, três taxistas foram mortos em sequência na Capital. Por volta das 1h30min, Edson Roberto Loureiro Borges, 50 anos, foi morto na Rua dos Nautas, na Vila Ipiranga. O táxi foi levado pelo criminoso até a Rua Bogotá. Eduardo Ferreira Haas, 31 anos, foi morto na Rua São Jerônimo, no Bairro Passo D'Areia. O táxi foi deixado na Rua Mata Bacelar, Bairro Auxiliadora. A terceira vítima foi Cláudio Gomes, 59 anos, na Rua José da Maia Martins, no Bairro Mario Quintana. O táxi estava próximo ao corpo.

As vítimas

Porto Alegre

- Edson Roberto Loureiro Borges, 50 anos - cumpria o horário das 14h às 6h no táxi, um Voyage. Era casado, pai de duas filhas e morador da Zona Leste.
- Eduardo Ferreira Haas, 31 anos - morador de Alvorada, tinha uma filha de 13 anos. Dirigia um Corsa Classic, das 18h às 6h.
- Cláudio Gomes, 59 anos - era folguista e costumava trabalhar nas sextas, sábados e domingos das 19h às 7h. Também dirigia um Corsa Classic. Morador de Alvorada, já tinha se aposentado e voltou para o táxi para ajudar na renda de casa.

Livramento

- Helio Beltrão do Espírito Santo Pinto, 45 anos - natural de Santana do Livramento, tinha mulher e três filhos. Virou taxista depois de ter sido expulso da Brigada Militar por corrupção, de acordo com a Polícia Civil.
- Márcio Fabiano Magalhães Oliveira, 33 anos  - uruguaio radicado em Livramento. Tinha três filhos e ia deixar o serviço de táxi, que fazia há três anos.
- Enio Rolim Lecina, 55 anos - brasileiro, morava em Rivera, no Uruguai, e há mais de 25 anos cruzava a fronteira para trabalhar como autônomo na rodoviária
de Livramento.


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