Números da violência
Três mortes por dia e mais de 300 no ano
O Bairro Rubem Berta, Zona Norte da Capital, palco das mortes 299, 300 e 301, é o que registra mais assassinatos
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Com um triplo homicídio ocorrido na noite de quarta-feira, as 19 principais cidades da Região Metropolitana e do Vale do Sinos atingiram a marca de 301 homicídios em 2013.
A média é de três assassinatos por dia. O Bairro Rubem Berta, Zona Norte da Capital, palco das mortes 299, 300 e 301, é o que registra mais assassinatos. Mesmo tendo um Território de Paz instalado, foram 14 casos este ano. Mesmo assim, conforme o levantamento feito pelo Diário Gaúcho, houve redução no mesmo período de 2012 (20 mortes) e de 2011 (18).
Moradores do Condomínio Guapuruvu, na Rua da Infância, Bairro Rubem Berta, que acompanhavam o jogo do Grêmio na noite de quarta-feira, foram surpreendidos por estampidos logo no início do segundo tempo da partida. Não se tratava de comemoração de gol. Era um tiroteio entre grupos rivais.
No pátio do condomínio, cerca de dez pessoas faziam um churrasco próximo à grade que cerca o prédio. Fardados com camisas tricolores, eles acompanhavam a partida quando dois carros e duas motos se aproximaram. Da calçada, os atiradores dispararam contra os rivais.
Vítimas faziam churrasco
Conforme o titular da 2ª DHPP, delegado Filipe Borges Bringhenti, de dentro do pátio alguns participantes do churrasco reagiram e atiraram de volta. Pela conta dos policiais, cerca de cem disparos foram feitos em poucos minutos. Estojos de pistolas 9mm, .380 e .40 ficaram espalhados. Nenhuma arma foi encontrada.
Marcio Luiz da Cunha Araújo, 34 anos, foi atingido diversas vezes e morreu no local. Outras três pessoas foram feridas: Dieison Ribeiro Rodrigues, 23 anos, Jairo Garcia, 28 anos, morreram no Hospital Cristo Redentor. Outro rapaz, de 24 anos, foi baleado de raspão e recebeu alta após atendimento.
Polícia acredita em mais feridos
A suspeita da polícia é de que se trate de um confronto entre dois grupos que disputam o tráfico na região. Os atiradores, que chegaram de carro, fariam parte de uma quadrilha comandada por um traficante de Alvorada, que domina bocas de fumo do Recanto do Sabiá e Loteamento Timbaúva, no Bairro Mario Quintana.
Conforme o delegado, pela análise do local, é possível supor que os atiradores que iniciaram o confronto tenham sido atingidos.
- As marcas de sangue podem indicar que mais alguém foi ferido. Alertamos todos os hospitais, mas até agora (ontem à tarde) ninguém ferido deu entrada em qualquer instituição da Capital - explicou.
"Foi horrível"
Ontem à tarde, o Diário Gaúcho voltou à cena da matança. Buracos de tiros estampavam uma parede verde, atrás do banco onde as vítimas estavam sentadas quando foram atacadas. As marcas e os desenhos feitos pelos peritos para mostrar onde caíram os cartuchos dão uma ideia do quão intenso foi o tiroteio.
Pratos quebrados, restos de carne e farinha do churrasco ainda estavam na local, além de um par de chinelos, ensanguentado. Alguns vizinhos, curiosos, paravam para ver a cena do confronto da madrugada.
- Eu estava dormindo na hora que começou. Acordei com o barulho dos tiros. Foi horrível - contou uma moradora do prédio.
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