Polícia



Violência nas ruas

Polícia caça matadores de taxista

Um taxista foi morto com três disparos, na madrugada desta sexta-feira no Morro Santa Teresa, em Porto Alegre

11/05/2013 - 12h52min

Atualizada em: 11/05/2013 - 12h52min


Segundo o 1º Batalhão de Polícia Civil, o crime ocorreu pouco antes da 1h de sexta-feira na Rua Prisma

Ainda não era 1h na madrugada de sexta quando um telefonema foi recebido por Flávio Jones Machado, 33 anos, com a informação que a família de taxistas sempre temeu. Àquela altura, todos os colegas estavam em alerta. Um deles havia sido morto no Bairro Santa Teresa.

No telefonema, outro taxista confirmava que o corpo caído na Rua Prisma, atingido por três disparos, era do irmão de Flávio, Darci Marcos Machado Neto, 29 anos. O Siena em que ele trabalhava todas as noites havia sido abandonado na Rua Dona Ondina, Bairro Menino Deus.

Para a polícia, Darci foi mais uma vítima de latrocínio (roubo com morte) - o quinto taxista morto por ladrões na Região Metropolitana no ano.

Vítima ainda tentou fugir

Conforme a 4ª DHPP, os bandidos fugiram levando pelo menos R$ 200 - equivalente ao recebido pelo taxista desde às 17h de quinta -, um relógio, dois celulares, e uma pulseira. A suspeita é de que ele ainda tentou fugir dos matadores e foi atingido pelas costas. Também havia ferimentos a tiros em um dos braços e na barriga. Nos bolsos da vítima foram encontrados R$ 2 e quatro petecas de cocaína. Ele não tinha antecedentes e, até o momento, a polícia não vê relação entre a droga e o assassinato dele.

Família largou o táxi

O pai e dois irmãos de Darci Marcos também eram taxistas. Os três abandonaram o volante e se tornaram "largadores" - responsáveis por coordenar as corridas de táxi - no aeroporto desde o final de março, quando três taxistas foram assassinados em sequência na Capital.

Morador da Vila Farrapos, na Capital, depois de dois anos dirigindo, Darci também teve medo e se afastou da profissão. Trabalhou como vendedor, mas os rendimentos eram desanimadores. Há dois meses voltou ao táxi. Primeiro como folguista, nos finais de semana, quando ainda mantinha as funções de vendedor. Há cerca de um mês, assumiu um dos carros do ponto da rodoviária todas as noites.

Segundo os colegas, no entanto, ele dificilmente guardava lugar no ponto. Em geral, atendia clientes pelo telefone e rodava pela cidade nas madrugadas.

A investigação

- O táxi foi abandonado na Rua Dona Ondina, Bairro Menino Deus, com o taxímetro rodando. Marcava pouco mais de R$ 20. Pelo valor, os investigadores têm convicção de que os criminosos não embarcaram no ponto da rodoviária.

- Serão solicitadas quebras de sigilos dos telefones da vítima, que podem indicar se ele foi acionado por uma ligação para a última corrida.

- Imagens de uma câmera de segurança, ainda mantidas em sigilo pela 4ª DHPP, comprovariam que dois homens saíram do táxi.

- Seriam dois jovens - um mulato e outro mais claro - aparentando entre 18 e 25 anos. Teriam em torno de 1m70cm e um deles usava boné.

- A curiosidade é que a câmera flagrou o momento em que eles tentaram apagar os resquícios de digitais no veículo. A polícia aguarda os resultados do levantamento de digitais e outros sinais que possam ter sido deixados pela dupla.

- Darci Marcos foi morto provavelmente com um revólver calibre 38. A polícia solicitou perícia no interior do táxi em busca de resquícios de sangue que comprovem se houve algum disparo dentro do veículo.

No perigo, para sustentar os filhos

Era uma das últimas corridas de Darci. Pelo menos era isso que o taxista havia prometido aos tios, com quem morava desde que se separou. Ele juntava dinheiro para garantir o pagamento das pensões à filha de cinco anos e ao filho, de apenas nove meses.

- Ele tinha consciência do perigo que era trabalhar nesse horário, mas se tu não és dono de táxi, não tem jeito. O guri era muito bom de vendas e estava disposto a procurar um novo emprego nessa área. Só iria acertar primeiro a pensão. Infelizmente, não deu tempo - lamenta o tio, sem esconder a emoção.

Morte em Lajeado

Um taxista foi encontrado morto por volta das 11h de sexta, em Lajeado, dentro do próprio veículo - um Clio branco, com placa de Estrela. João Freitas de Souza, 72 anos, tinha quatro golpes de faca no peito e um no pescoço.

Ele era policial civil aposentado e trabalhava em Estrela. Sua última corrida teria partido de Estrela até Lajeado. Uma das suspeitas é de que o autor das facadas tenha sido o passageiro, que ainda não foi identificado.

A polícia investiga o motivo do crime e busca reconstituir os últimos passos do taxista em busca de pistas.


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