Polícia



552 assassinatos

Aumenta o número de roubos com morte na Região Metropolitana

Segundo o levantamento do Diário Gaúcho, são 30 casos, contra 16 no mesmo período do ano passado

16/07/2013 - 07h30min

Atualizada em: 16/07/2013 - 07h30min


A madrugada de segunda-feira, em que foram registradas três mortes em Porto Alegre, fez o levantamento do Diário Gaúcho chegar a 552 assassinatos nas 19 principais cidades da Região Metropolitana este ano. O maior problema em 2013 tem sido o avanço dos latrocínios (roubo com morte), que quase dobraram em relação a 2012. São 30 casos, contra 16 no mesmo período do ano passado.

Mistério no Rubem Berta

A morte da advogada Aida Maria da Graça Alvares Galmarini, 62 anos, na madrugada de ontem, no Bairro Rubem Berta, na Capital, foi o 30º latrocínio (roubo com morte) no ano nas 19 principais cidades da Região Metropolitana e Vale do Sinos. Em 2012, no mesmo período, foram 16 casos - aumento de 87,5%.

Fazia 20 anos que Aida morava na casa cercada de folhagens, em que cuidava de gatos e cães, na Rua Alceu Soares de Lima, no Parque Santa Fé. Na manhã de ontem, os pedreiros que iniciariam uma obra na residência chegaram por volta das 7h. Chamaram pela advogada, que não atendeu à porta.

Marcas de cortes e pancada

- Eles foram até a casa de um vizinho. O homem entrou na casa para chamá-la e a encontrou morta na cozinha - contou o delegado da 3ª DHPP, João Paulo de Abreu.

Caída próximo à pia, Aida tinha marcas de pancada na cabeça. João Paulo suspeita que o agressor tenha usado um tijolo. Segundo os peritos, havia cortes no pescoço da advogada, que podem ter sido feitos por uma tesoura.

Tevê e notebook sumiram

Objetos como uma tevê e um notebook desapareceram e, por isso, embora não descarte o homicídio, o delegado trabalha com a hipótese de latrocínio (roubo com morte):

- Não sabemos se a intenção era matá-la e depois o agressor aproveitou e furtou alguns objetos. Ou se o objetivo era o furto e matou para não ser impedido. Temos que aguardar que a família verifique o que sumiu.

Segundo os policiais, por volta das 19h de domingo, Aida conversou com a filha por telefone. Depois, não foi mais vista. A suspeita é de que o assassino tenha invadido a casa entre a noite de domingo e a madrugada de segunda.

Mortes na madrugada

Além de Aida, outras duas pessoas foram mortas na madrugada em Porto Alegre. Com isso, a Região Metropolitana atingiu a marca de 552 homicídios, de acordo com levantamento do Diário Gaúcho.

Logo após a meia-noite, a Brigada foi avisada que um cadáver tinha sido localizado na esquina das ruas Santa Isabel e Ângelo Crivelaro, no Bairro Bom Jesus. Ao chegarem, PMs do 11º BPM encontraram o corpo de um homem, morto a facadas nas costas.

Quase uma hora depois, a polícia foi acionada para um assassinato no Jardim Itu-Sabará. O corpo de um homem branco, aparentando cerca de 35 anos, foi localizado na Rua Heitor Manganelli.

Corpos sem identificação

De acordo com policiais da 3ª DHPP, a vítima tinha um sinal de tiro nas costas. No bolso das calças, foi localizado um cachimbo de crack.

Até a tarde de ontem, os dois corpos permaneciam no DML e não haviam sido identificados.

Homicídios em queda, latrocínios em alta

Em 2012, o caso 550 foi registrado em junho, 36 dias antes do que a marca registrada em 2013. Com isso, o levantamento do Diário Gaúcho aponta uma queda na média de mortes na Região Metropolitana, de 3,43 mortes por dia em 2012 (até 6 de junho) para 2,81/dia em 2013, considerando os dados até o caso 550.

O que chama a atenção, mais do que a queda dos assassinatos, é o aumento dos latrocínios (roubo com morte). No ano passado, foram 16 casos no período. Esse ano, já são 30.

Para o delegado Cleber Ferreira, encarregado das delegacias da Capital e que responde interinamente também pelas DPs da Região Metropolitana, a explicação pode estar ligada a um aumento de ladrões sob efeito de entorpecentes.

- Os latrocínios ocorrem mais em roubo de automóveis. Qualquer movimento brusco que a vítima faz dentro do carro, o assaltante tende a se assustar e atirar. Por isso, a gente costuma aconselhar as vítimas a nunca fazerem gestos que possam assustá-los. Além disso, há que se considerar que muitos estão sob efeito de drogas ou de bebidas. Ou são inexperientes -acredita o delegado.

Compare

2012* - 16 latrocínios - 1 a cada 12,3 dias

2013* - 30 latrocínios - 1 a cada 6,5 dias

*Dados até 15 de julho


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