Polícia



Fiscalização

Clínica geriátrica interditada permanece em funcionamento no Bairro Santana, em Porto Alegre

Dos 17 idosos encontrados no local na sexta-feira, apenas duas mulheres foram retiradas da casa

21/07/2013 - 19h27min

Atualizada em: 21/07/2013 - 19h27min


Casa foi interditada pela Coordenadoria de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal da Saúde

Dois dias depois de ter sido interditada cautelarmente, a Geriatria São Luiz, na esquina das ruas São Luiz e Maestro Mendanha, Bairro Santana, em Porto Alegre, permanece em funcionamento. Na sexta-feira, o local atendia a 17 idosas _ uma delas, pivô do problema que culminou no fechamento temporário, desligou-se da casa geriátrica no mesmo dia.

- Praticamente 90% dos familiares das idosas estão a nosso favor e não querem tirá-las daqui. Eles sabem o quanto nossa clínica é adequada e trabalha sério - declarou ontem o médico e proprietário da clínica, Clovanir Dias Rodrigues.

Segundo uma funcionária, até ontem só duas famílias haviam procurado a casa para retirar a idosa. Por meio de redes sociais, leitores entraram em contato com Zero Hora para denunciar que a casa permanece em atividade.

Fiscal da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde responsável pela interdição, Roberto Rodrigues informa que os parentes das internas serão comunicados que precisam retirá-las da clínica até que ela corrija irregularidades encontradas na sexta-feira.

- O familiar que não cumprir está sujeito a sanções do Código Penal, pois será como se tivesse abandonado o idoso. Não há prazo específico, mas é questão de bom senso esperar alguns dias - continuou.

Segundo ele, existe uma força tarefa para fiscalizar geriatrias em Porto Alegre, composta pela Vigilância Sanitária, Delegacia do Idoso e Ministério Público. A assistência social do MP é que comunica as famílias dos idosos quando a casa onde estão é interditada.

- A partir da manhã de segunda, esse setor vai abordar família por família, relatar o ocorrido e pedir que rapidamente busquem alternativas - informou.

Fiscal da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde responsável pela interdição, Roberto Rodrigues informa que, "nos próximos dias", os parentes das internas serão comunicados que precisam retirá-las da clínica até que ela corrija irregularidades encontradas na sexta-feira.

- O familiar que não cumprir está sujeito a sanções do Código Penal, pois será como se tivesse abandonado o idoso. Não há prazo específico, mas é questão de bom senso esperar alguns dias - continuou.

O caso veio à tona dia 12. Um casal passava em frente à clínica e viu uma idosa, na grade da frente, gritando por socorro. Em seguida, uma funcionária veio de dentro da clínica para fazer com que a mulher, de 83 anos, voltasse para dentro. A partir daí, as informações são conflitantes. A mulher que passava em frente, designer de interiores que mora no bairro, divulgou no facebook que a idosa foi agredida com socos pela funcionária. O post tinha quase 15 mil compartilhamentos até dia 18, e diversos comentários de pessoas indignadas.

O dono da clínica, porém, alega que não houve agressão, e que a funcionária, que trabalha na casa há quatro anos, apenas a puxou para dentro.

Com a grande repercussão na internet, o local recebeu "visitas" do poder público. Titular da Delegacia do Idoso, o delegado Antonio Paulo Torres Machado esteve na casa e não achou sinais de maus-tratos e irregularidades - ouvidas informalmente, seis mulheres disseram ser bem tratadas. A fiscalização da Vigilância Sanitária também compareceu e, em vistoria, encontrou problemas como a falta de corrimão em dois corredores. E na cozinha: alimentos mal acomodados e quatro iogurtes vencidos - os potes, segundo o proprietário da clínica, foram levados pelos filhos da idosa que gritou na porta da frente, e como ela não quis comer, acabaram vencendo, mas seriam jogados fora.

Na mesma tarde, a clínica foi comunicada da interdição cautelar, e adesivos com a palavra "Interditado" foram colados nos muros da geriatria. Ontem à tarde, Clovanir Rodrigues disse que espera, "em poucos dias", terminar as reformas exigidas pela Vigilância Sanitária. A Delegacia do Idoso pretende ouvir, a partir de hoje, pacientes e funcionários da clínica para apurar se há algum tipo de irregularidade.


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