Polícia



Moradores pedem socorro

Assaltantes não dão folga no Jardim Urubatã, na Zona Sul da Capital

População de loteamento no Bairro Hípica mudou sua rotina por temor dos ladrões

04/09/2013 - 08h04min

Atualizada em: 04/09/2013 - 08h04min


Por segurança, moradores fazem abaixo-assinado com mais de 1 mil assinaturas

Há pelo menos seis meses, os moradores do Jardim Urubatã, no Bairro Hípica, Zona Sul da Capital, foram forçados a mudar de hábitos. O temor de ser vítima dos assaltantes que agem na região virou tema das conversas entre os vizinhos. Com medo, os moradores aceitam contar suas histórias, mas pedem que seus nomes não sejam divulgados.

- Era muito bom aqui. De uns tempos para cá piorou muito - conta uma comerciante de
52 anos, que há 13 anos trabalha e mora no Jardim Urubatã.

O minimercado dela foi um dos vários locais assaltados em agosto. Pela segunda vez no ano.

- Outro dia, veio um vizinho aqui que andava meio sumido. É um senhor de
86 anos. Ele contou que foi assaltado e levaram os R$ 7 que tinha no bolso. Os bandidos ainda bateram nele - lembra a comerciante.

Agosto registrou série de ataques

Perto dali, em frente à Escola Municipal Anísio Teixeira, um casal já pensa em fechar as portas da papelaria e bazar em que trabalham.

- Em 20 anos aqui, nunca precisei colocar grade ou instalar alarme. Depois do segundo assalto, comecei a fazer orçamentos - conta o lojista de 52 anos, vítima de dois ataques em agosto.

O primeiro assalto foi no dia 12, à tarde. Armados, os criminosos levaram o dinheiro do caixa e um malote. Na papelaria, funcionava um correspondente bancário (local para pagar contas e fazer saques) de duas instituições.

"Por mim, eu fecharia"

Onze dias depois, um trio de criminosos atacou novamente a papelaria. Dessa vez, o proprietário já tinha cancelado os contratos de correspondente bancário. Os bandidos reviraram, então, a casa da família e levaram tudo que podiam.

- Eu por mim fecharia aqui e ia embora - conta o comerciante, descontente com a falta de policiamento no bairro.

Insegurança em frente à escola

Há 12 anos na  Escola Municipal Anísio Teixeira, a diretora Annamaria Cracco lembra que o local sempre foi calmo. Mas, desde o ano passado, a situação mudou.

Primeiro, foram assaltos a professores e alunos. Na semana passada, um aluno de 13 anos foi agredido por um trio na saída da escola e sofreu traumatismo craniano.

Na segunda, os agressores foram ouvidos pela delegada Áurea Hoppel na 6ª DP. Segundo ela, o trio disse ter batido no aluno por ele ter olhado para a namorada de um deles. Os três jovens, com idades entre 18 e 20 anos, devem ser indiciados por lesão corporal grave.

No final do ano passado, o guarda municipal que ficava em frente à escola foi retirado. Agora, só há um agente à noite.

- Tivemos que tirar uma funcionária da limpeza para colocá-la no portão - diz a diretora.

Em junho, ela pediu à Smed que a escola, que é apenas cercada por uma tela, recebesse um muro. Até agora, não tiveram retorno. O colégio atende 1,2 mil alunos.

Abaixo-assinado reúne mais de mil assinaturas

Desde a semana passada, a comunidade resolveu se mexer para pedir mais segurança. Em cada uma das ruas do loteamento foram distribuídas folhas de um abaixo-assinado. Outras foram deixadas nos estabelecimentos comerciais.

Os comerciantes já somam mais de 40 folhas completas, num total de 1 mil assinaturas, e a coleta ainda está em andamento.

Na quinta-feira, em uma reunião com o comando do 21º BPM, comerciantes e moradores vão entregar o abaixo-assinado. O batalhão é responsável pelo policiamento ostensivo no Extremo Sul da Capital.

O pedido é para que seja deslocada uma guarnição para patrulhar o bairro diariamente. Segundo os moradores, a Brigada Militar só vai ao loteamento quando é chamada.

Abordagens intensificadas

O comandante do 21º BPM, tenente-coronel Otto Amorim, disse que a estratégia do batalhão tem sido a de abordagens, principalmente a veículos. Isso porque, devido a uma característica dos bairros atendidos, os crimes são cometidos por ladrões em moto ou carro.

- Vamos intensificar as abordagens, com o intuito de apreender armas e munições. Mas quero ressaltar que estamos trabalhando em conjunto com a 6ª DP para identificar os assaltantes - completou Amorim.


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