A Justiça autorizou a liberação dos nove adolescentes apontados pela Polícia Civil como responsáveis por incêndio e vandalismo na Escola Municipal La Hire Guerra, de Eldorado do Sul, no mês passado. Eles haviam sido levados para internação provisória na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), após ordem judicial de 22 de agosto.

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De acordo com a juíza Luciane di Domenico Haas, 1º Vara Judicial da Comarca de Eldorado do Sul, há possibilidade de que sete deles não tenham participado do ataque à escola - até agora, estaria clara a autoria de dois deles.

- A função pedagógica da internação provisória alcançou sua finalidade - afirmou a magistrada em sua decisão, que também diz ser "temerário manter a segregação dos adolescentes, sob pena da medida de internação perder seu caráter educativo".

Quando a juíza determinou que os adolescentes, que têm entre 13 e 17 anos, fossem levados a uma unidade da Fase, foi dito que "a internação é a única forma de fazer com que os adolescentes repensem suas ações e reflitam sobre a necessária mudança de comportamento".

Relatórios dos técnicos da Fase que acompanharam os adolescentes confirmam que todos eles mostraram arrependimento. O caso ainda não foi julgado, e uma nova audiência está marcada para 3 de outubro, em Eldorado do Sul.

Conforme a investigação da Polícia Civil, a ação se deu por puro vandalismo, sem motivos aparentes. Três pavilhões da escola no bairro Sans Souci, o mais populoso e com o maior índice de tráfico de drogas no município, foram arrombados e incendiados. Cerca de 700 alunos ficaram uma semana sem aula, e o prejuízo estimado chegou a R$ 1 milhão. O local mais danificado foi o que abrigava o material da banda marcial da instituição, o xodó da comunidade - sobrou sequer um instrumento para a apresentação do Dia da Pátria.