Perigo de assaltos
Dupla de moto assusta Avenida Otto Niemeyer, em Porto Alegre
Há pelo menos cinco meses, comerciantes têm trabalhado com medo. Pelo menos dez lojas já foram vítimas dos criminosos

Há pelo menos cinco meses, comerciantes da Avenida Otto Niemeyer têm trabalhado com medo. O motivo é uma onda de assaltos na via, que cruza os bairros Tristeza, Camaquã e Cavalhada. Pelo menos dez lojas já foram vítimas dos criminosos. A falta de policiamento ostensivo aumenta a sensação de insegurança.
Ladrões fizeram até refém
No dia 5 deste mês, o alvo dos ladrões foi um restaurante. Por volta das 16h, a dupla chegou de moto ao estacionamento do estabelecimento e fez refém um homem que passava por ali. Enquanto um dos ladrões subia para o escritório, o outro atacava o caixa. Naquele horário, só estavam funcionários e o proprietário.
- O restaurante tem três anos e nunca tinha sido assaltado. Parecia que sabiam exatamente onde atacar - disse o comerciante de 43 anos.
A ação da dupla de motoqueiros foi toda filmada pelas câmeras do local. Sem tirar os capacetes, os bandidos fugiram levando a féria do dia. Toda a ação durou um minuto e dez segundos.
Ação da dupla foi filmada pelas câmeras
Foto: Reprodução

Loja sofreu três assaltos
Do outro lado da avenida, em frente ao restaurante, o saldo é ainda pior. Uma loja de eletrodomésticos e eletrônicos, aberta há três meses, sofreu três assaltos.
Duas quadras adiante, próximo da Avenida Cavalhada, uma loja de roupas infantis também foi atacada.
Num final de turno, os bandidos chegaram e renderam a gerente. Além do dinheiro do caixa, a dupla de criminosos levou os celulares e até algumas roupas infantis.
- Pelas minhas contas, foram dez assaltos em um mês, só aqui na volta - conta a comerciante.
Movimento intenso e cobertor curto
De acordo com comerciantes da região, os assaltos são feitos por uma dupla de motociclistas, que age rápido e sem tirar os capacetes. Devido a sua localização, parte da Otto está na região da 13ª DP e outra parte, na da 6ª DP.
- É uma área de muita circulação, que facilita a fuga para diversos pontos da cidade - explica a delegada Áurea Hoppel, da 6ª DP.
O comandante da 4ª Companhia do 1º BPM, capitão Fábio Kuhn, admite os assaltos na região, mas adverte que essa é uma realidade não só daquela área. Mas a Otto se destaca por ser uma área de grande movimento de pedestres e de comércio intenso.
- Sempre que posso, coloco uma viatura na Otto com a Cavalhada. Ela é uma rota de passagem e por isso sempre tem uma viatura passando por ali. Só não coloco de forma definitiva dois PMs ali porque o cobertor é curto - admite.