Terceira idade na mira
Polícia alerta para infiltração de carros clonados no comércio de usados no RS
Pessoas idosas estão entre as principais vítimas dos clonadores. Delegado recomenda vistoriar o veículo antes de fechar negócio
A indústria da clonagem de veículos está crescendo no Rio Grande do Sul. A cada 10 veículos furtados ou roubados, seis vão para desmanche e quatro para clonagem.
A estimativa é da Delegacia de Repressão a Roubos de Veículos (DRV), que tem se dedicado a alertar os consumidores, especialmente pessoas idosas, sobre os veículos clonados à venda.
- O nosso alerta é para que as pessoas não fechem o negócio antes de fazer uma vistoria do veículo no CRVA (Centro de Registro de Veículos Automotores) - sugere o delegado Juliano Ferreira, titular da DRV, que é vinculada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Muito embora a lei permita que o comprador do veículo usado só faça a transferência para o seu nome 30 dias depois da compra, as pessoas mais cuidadosas colocam como condição para fechar o negócio a vistoria no CRVA. É uma garantia de que não estão adquirindo um veículo clonado, comenta o delegado.
- Antes, o comprador levava um mecânico para dar a palavra final no negócio. Hoje, ele deve levar o vendedor ao CRVA para vistoriar o carro antes de comprar - aconselha Ferreira.
Pelas contas do delegado, semanalmente quatro pessoas, em média, são vítimas dos clonadores. Apesar de ser uma minoria entre as 5.153 ocorrências de furtos e roubo de veículos que aconteceram no primeiro semestre deste ano na Capital - um aumento de 16,6% sobre igual período do ano passado -, o perfil da vítima preocupa o delegado.
- A maioria são pessoas idosas que foram atraídas para o negócio por um bom desconto - revela o delegado.
Os cuidados para evitar comprar um carro clonado
1 - A clonagem não pode ser detectada a olho nu. É necessário fazer uma vistoria no Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA). O endereço e as instruções de como fazer podem ser encontrados no Portal de Trânsito.
2 - A simples conferência das características do veículo - como número do chassi, cor e ano com as escritas na documentação - não é garantia.
3 - Não se deixe seduzir por desconto generoso, ele pode ser uma isca para atraí-lo.
4 - Procure anotar o máximo de informações possíveis que ajudem a identificar o vendedor.
5 - Não dê dinheiro como sinal de negócio.
O que é clonagem?
Ela surgiu há uma década. Os bandidos roubam um veículo e alteram os seus sinais identificadores - número do chassi - adotando os de um veículo legalizado de modelo e cor iguais.
O que acontece com o comprador?
Ele é tratado pela polícia como comprador de boa-fé, que não sabia o que estava comprando e entregou o veículo às autoridades. Caso ele tente vender o veículo, o tratamento muda. Passa a ser receptador e responderá a um inquérito policial.
Fonte: DRV