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Detector de explosivos

Polícia Federal gaúcha volta a usar cães farejadores em operações

Britta e Rex3 são os novos parceiros dos policiais federais do Rio Grande do Sul

14/11/2013 - 11h34min

Atualizada em: 14/11/2013 - 11h34min


Humberto Trezzi / Brasília
Humberto Trezzi / Brasília
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Rex3 procura explosivos, armas e munições nas correspondências dos Correios

Britta é a mais nova e faceira, serelepe em seu primeiro ano de vida. Rex3, mais imponente e experimentado, tem três anos. Eles são os novos astros do canil da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, após um hiato de dois anos sem nenhum cachorro.

A superintendência gaúcha da PF já teve cães de renome. O último foi Orion, um pastor alemão. Antes dele, o labrador Dinho e seu antecessor, o cocker spaniel Dart, todos aposentados em decorrência de idade e doenças. Desde 2011 os federais gaúchos estavam sem parceiros de quatro patas - sim, os cães são vistos como agentes e contribuem para firmar essa fama, ao farejar grandes partilhas de drogas.

A principal diferença, agora, é que o pelotão canino ganhou uma missão adicional, além da habitual detecção de entorpecentes. Britta, uma pastora alemã, é especialista em farejar explosivos. Rex3, um pastor belga malinois, continuará no rastreamento de drogas. Cada animal custa, em média, US$ 6 mil e a ideia é que prestem sete anos de serviço à PF. Os dois são estrangeiros, nasceram na Holanda e foram importados pela PF com base na tradição de bom faro desenvolvida nos canis holandeses.

Vem da Europa, também, a preocupação com explosivos. Como o Brasil se prepara para dois grandes eventos internacionais, a Copa do Mundo (em 2014) e as Olimpíadas (em 2016), a orientação é para que cada cidade envolvida nessas competições tenha pelo menos um cão especializado em detectar bombas. Eles já são 25 no Brasil, mas o número pode dobrar. Com relação a drogas, o número de cachorros rastreadores já é o dobro do de explosivos.

E por que cães pastores, que usualmente são usados para guarda?

- Eles suportam bem adversidade climática, são mais versáteis. E não há quase risco de agressividade, porque foram treinados para agir de forma passiva. Se encontram substância suspeita, estacam em frente ao objeto ou pessoa visado. Não mordem, nem latem. Ficam sentados e não se movem, indicativo de que algo foi rastreado - explica o treinador da dupla canina, o escrivão federal Felipe Contino, que é também veterinário e fez estágio em Brasília para adestrar cães. Os cachorros recebem apenas um mês de adestramento inicial (já que possuem dote natural para farejar) e, depois, treinos periódicos.

Britta e Rex3 dão expediente diário. A prioridade é o Aeroporto Salgado Filho, onde Rex3 já farejou uma estrangeira com drogas, semana passada, após ela desembarcar de um voo da TAP. O segundo lugar em que eles mais comparecem é a sede dos Correios e Telégrafos, de onde são distribuídas cartas e encomendas para todo o Rio Grande do Sul. A preocupação, nesses casos, é sobretudo com explosivos, armas e munições.

As polícias Civil e Militar do Rio Grande do Sul também possuem cães farejadores, além dos de guarda, mas a missão dos explosivos é mais preponderante no canil da PF.

Britta e Rex3 recebem treino semanal, para manterem a forma. Cada vez que localizam droga ou detectam pólvora, são recompensados com uma bolinha de borracha, para exercícios. Equivale à caça, para eles.

- Eles são aliados imprescindíveis nas operações. Poupam tempo dos agentes, quando há denúncia de alguma partilha de drogas. A PF levaria horas para cavar um sítio onde se suspeita estejam escondidas drogas. O cão fareja o lugar exato - exemplifica o delegado regional executivo da PF no Rio Grande do Sul, Elton Manzke.

VÍDEO: os reforços caninhos da Polícia Federal


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