Polícia



Triste rotina

Ladrões trabalham dia e noite na Azenha

Comerciantes da região já estão acostumados com roubos e furtos

12/03/2014 - 09h31min

Atualizada em: 12/03/2014 - 09h31min


Dois assaltos no intervalo de oito horas. Os ataques ao Magazine Luiza, no Bairro Azenha, não surpreendem os comerciantes da região, acostumados com roubos e furtos. Ontem, o Diário Gaúcho visitou oito lojas da Avenida Azenha, na concentração de comércio que vai da Praça Princesa Isabel até a Avenida Dr. Carlos Barbosa.


Todas relataram que, pelo menos uma vez, já foram alvo de assaltos desde o Natal. No total, foram 17 ataques.


Na segunda, por volta das 19h, três homens armados invadiram o Magazine Luiza e levaram cerca de R$ 4 mil. Por volta das 3h de hoje, ladrões entraram pelo telhado e levaram uma série de equipamentos eletrônicos. O alarme soou e a Brigada Militar foi acionada, mas os bandidos conseguiram fugir.


- Só não houve prejuízo maior porque o ambiente é monitorado. A BM até foi rápida em atender ao chamado. Mas o patrulhamento durante o dia, para prevenir assaltos como o de segunda, poderia ser mais eficaz - diz o gerente regional da rede, Geovane Konrath.


Funcionários estão nervosos


A Farmácia São João passou por situação semelhante no final de semana. O local foi arrombado na madrugada de sexta, e, na tarde de sábado, assaltado por um dupla armada.


- De janeiro pra cá, já são cinco assaltos. Os que vieram sábado são os mesmos de fevereiro. Estou com os nervos à flor da pele - revela a caixa do estabelecimento, Eliane Rodrigues, 45 anos.


Ao lado, na loja Gaston, a rotina se repete.


- A gente é assaltado pelo menos uma vez por mês. Do começo do ano até agora, já foram três - conta a coordenadora de loja, Josie Senna, 35 anos.


Pedidos de mais policiamento


A falta de policiamento, em especial antes das 9h e após as 16h30min, é reclamação comum entre os comerciantes.


- Depois das 16h, não se vê mais PM. Quem ajuda são os seguranças que o pessoal contrata, mas não adianta. Tenho até pensado em sair daqui - diz a vendedora da loja Oba-Oba - ladrões entraram pelo teto do estabelecimento, na época do Natal. 


As ocorrências


- Farmácia São João - Cinco assaltos


- Loja Gaston - Três assaltos


- Loja Oba-oba - Um arrombamento


- Loja Colombo - Três assaltos


- O Boticário - Um arrombamento


- Magazine Luiza - Um assalto e um arrombamento


- Relojoaria Europeia - Uma tentativa de arrombamento


- Cacau Show - Um arrombamento


Eletrônicos são os preferidos


A festa dos ladrões não é surpresa para a Polícia Civil.


- Não tenho dados exatos, mas o número de casos nos últimos meses é grande - confirma o delegado César Carrion, titular da 2ª DP, responsável pela região.


Segundo o delegado, o alvo preferido dos assaltantes são os equipamentos eletrônicos, por serem de fácil revenda:


- Em geral, eles já têm compradores e, em questão de horas, conseguem se desfazer da mercadoria roubada.


De acordo com César, a sequência de arrombamentos na madrugada é obra de criminosos que se especializaram nesse tipo de crime.


"Tem que ter conhecimento"


- No furto pelo teto, não é qualquer um que se aventura. Tem que ter conhecimento para driblar os sistemas de segurança. Outro problema é que a maioria das lojas não possui circuito de monitoramento - conta o delegado.


Os investigadores da 2ª DP buscam pistas nas últimas ocorrências para identificar os criminosos. Quem tiver informações pode ligar para delegacia, no telefone 3288-8501. Não é preciso se identificar.


O Diário Gaúcho tentou contatos com o comando da 1ª Cia do 1º BPM, responsável pelo patrulhamento ostensivo da região, mas não obteve retorno.


Medo da teia do Homem-Aranha


Na Avenida Azenha, o Homem-Aranha é vilão. Esse é o apelido do suspeito que circula de boca em boca entre os comerciantes da região. Segundo eles, o ladrão é responsável por uma onda de arrombamentos da metade até o final de 2013.


Para o delegado César Carrion, é um novo elemento que pode ajudar nas investigações.


- Não tínhamos recebido essa informação. Esse tipo de denúncia é fundamental para que possamos fazer um trabalho mais qualificado - afirma o delegado.


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