Polícia



Suspeita de homofobia

Homossexual sofre agressão brutal na Zona Leste de Porto Alegre

Mateus Rolim Pires, 28 anos, foi espancado por pelo menos dois homens ao sair de uma festa na Avenida Bento Gonçalves

09/04/2014 - 10h50min

Atualizada em: 09/04/2014 - 10h50min


Desde a manhã de sábado, Mateus Rolim Pires, 28 anos, agoniza, em estado grave, na UTI do HPS. Foi espancado por pelo menos dois homens, na Avenida Bento Gonçalves, Zona Leste da Capital. Os agressores não o assaltaram. Depois da agressão, teriam corrido em direção à Vila Maria da Conceição, no Bairro Partenon.


Mateus era técnico em enfermagem
Foto: Reprodução, Arquivo pessoal

Para a família, Mateus, que é homossexual e usa roupas femininas - entre os amigos é conhecido como Nathalia Rios -, foi vítima de um ato de homofobia.

Testemunhas viram uma dupla

- Ele voltava de uma festa com um amigo. O cara foi pegar uma cerveja em um bar e o meu irmão ficou parado sozinho. Quando o amigo voltou, já encontrou ele sem nenhum movimento, com o rosto destruído - diz o irmão, Moisés Rolim Pires, 27 anos, torneiro mecânico.

Por volta das 5h30min, Mateus e o amigo voltavam da festa em direção à Rua Luis de Camões. Testemunhas, que depois não foram mais encontradas, teriam relatado que dois homens a pé agrediram Mateus. A polícia não sabe se algum objeto foi usado no espancamento.

Agressores não levaram dinheiro

A lesão mais grave, que provocou politraumatismo craniano na vítima, teria sido causada por uma pedra. Ele pode ter caído sobre ela.

A convicção da família de que se trata de um crime de homofobia reside no fato de que nada foi levado de Mateus. Ele estava com o salário inteiro na carteira. Seu celular também não foi tocado pelos agressores.

- Isso é um absurdo, nada justifica essa violência. Nós somos todos iguais, independente das nossas escolhas sexuais. Meu irmão sempre foi meu melhor amigo. Ele já nasceu assim e deveria ser respeitado por isso - lamenta Moisés.

Técnico em enfermagem, Mateus trabalha em uma clínica geriátrica e, como voluntário, ensina vôlei a crianças carentes no campo do Ararigboia.

Polícia investiga

O caso é apurado pela 1ª DHPP. De acordo com o delegado Roger Bitencourt, a hipótese de homofobia é considerada, mas não é a única.

- A investigação está aberta. O nosso trabalho é para identificar os autores. A partir daí, teremos uma linha mais clara sobre as motivações - afirma.

A agressão é tratada como tentativa de homicídio.


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