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Líder dos Bala na Cara é preso na Capital

Rafael Telles da Silva, o Sapo, 26 anos, foi preso na noite de terça-feira com outros três homens, em um Fox com placas clonadas no Bairro Sarandi

15/05/2014 - 10h01min

Atualizada em: 15/05/2014 - 10h01min


divulgação / Brigada Militar
Rafael Telles da Silva, o Sapo, gerente do tráfico da facção Bala na Cara foi preso no Bairro Sarandi

O homem apontado com o principal articulador das ações da facção Bala na Cara foi preso em flagrante na noite de terça-feira, em Porto Alegre. Rafael Telles da Silva, o Sapo, 26 anos, seria o gerente de tráfico do bando. Ele e outros três homens foram capturados por PMs do 20º BPM, em um Fox branco com placas clonadas, parado em uma abordagem de rotina na Rua Osmar Gomes, no Bairro Sarandi, por volta das 20h30.

Com os quatro, os PMs ainda apreenderam cerca de R$ 14 mil. O quarteto foi levado para a 3ª DPPA, para registro do flagrante. De lá, foram encaminhados para o Presídio Central.

Condenado a 14 anos e três meses de reclusão por homicídio qualificado, Sapo ganhou o direito de progressão para o regime semiaberto em outubro do ano passado. A Justiça, porém, determinou que ele desse sequência ao cumprimento da pena em casa, por falta de vagas no semiaberto. Antes, ele já havia passado pela Penitenciária Estadual do Jacuí (Pej) e pela Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), instituições onde cumpriu seis anos e quatro meses do total de sua condenação.

Mesmo antes de ganhar as ruas, Sapo sempre teve papel importante na facção. Ele é um dos líderes desde o começo dos Bala na Cara, em 2007, quando o bando que comandava algumas bocas de fumo no Bairro Bom Jesus passou a chamar a atenção da polícia. Em 2009, o nome dele já aparecia em um relatório confidencial sobre o bando, que circulava pelo alto escalão da Segurança no Estado.

No documento, revelado à época pelo Diário Gaúcho, Sapo aparecia como o encarregado de gerenciar, de dentro da Pej - onde estava recolhido - a distribuição da droga e o comércio nas bocas da quadrilha.

Facção cresceu

A partir de 2007, quando surgiram, os Bala derrubaram as gangues rivais no Bom Jesus e passaram a dominar a área. Com ataques a bancos e joalherias, o bando cresceu. Passou a se organizar como uma espécie de franquia, financiando armas e soldados para outras gangues na Região Metropolitana que, em troca, passavam a vender a droga dos Bala.

Sapo seria um dos líderes de todo o esquema, ao lado de pelo menos um comparsa, Fábio Fogassa, o Alemão Lico, 36 anos, que atualmente está preso na Pasc e acumula uma pena total de 46 anos e seis meses de condenações por roubo, tentativa de homicídio e homicídio.

Denarc não comenta

O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) admite a existência de investigações sobre os Bala na Cara como quadrilha de tráfico na Região Metropolitana, mas evita comentar qualquer detalhe sobre o bando.

- Existe organização? Existe. Mas eu não valorizo a ação desses criminosos mais do que as de quaisquer outros.  Daqui a pouco, criamos um PCC, como em São Paulo - declarou o diretor da Divisão de Investigações do Denarc, delegado Cleber Lima.

Morte por um boné

A ficha criminal de Sapo acumula diversas ocorrências por roubo, lesão corporal, furto e um homicídio, pelo qual foi condenado. O assassinato foi cometido em março de 2007, dentro da Fundação de Assistência Social (Fasc) da Capital. Acompanhado de outros dois comparsas, Rafael entrou na instituição e matou a tiros Edilson Lorenço de Oliveira.

O crime teria sido motivado por uma vingança. Quatro anos antes do crime, um primo de Sapo teria tentado roubar o boné de Edilson, que reagiu e bateu no ladrão. A partir daí, Edilson teria ficado jurado de morte.

Condenado a 14 anos e três meses de prisão, Sapo começou a cumprir a pena em regime fechado na Pej. Em agosto de 2012, foi transferido para a Pasc, mas retornou à Pej em dezembro. Em maio do ano passado, voltou para a Pasc e, em outubro, progrediu para o semiaberto, com o direito de cumprir o restante da pena em casa. Levado ontem para o Presídio Central, deve regredir para o regime fechado.


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