Menos de 5 minutos. Este foi o tempo que uma criminosa levou para roubar a pequena Bárbara, recém-nascida, dos braços da mãe, Viviane Beatriz Casagrande, 35 anos, no quarto da maternidade do Hospital Santa Clara, do Complexo Santa Casa de Porto Alegre, e fugir, na tarde de ontem. A mulher saiu do hospital a pé com a criança no colo, caminhando pela Avenida Independência, onde tomou um táxi, conforme mostraram as imagens das câmeras de segurança do hospital.

O crime aconteceu por volta as 16h, na ala conveniada do Santa Clara. Uma mulher de cor parda, estatura alta, cabelos crespos e uma falha nos dentes entrou no quarto onde Viviane estava sozinha com a filha. Vestindo um jaleco branco,  identificou-se como enfermeira. Disse que faria um procedimento com o bebê e levou a criança. 

- Eu estranhei porque, mais cedo, elas (enfermeiras) levaram ela para tomar banho e me disseram que um familiar poderia ir junto. E dessa vez, não. Ela saiu, eu fui até a porta e vi ela caminhando com a minha filha. Como ela saiu muito rápido, corri até as enfermeiras e perguntei se tinha algum procedimento a ser feito. Quando me disseram que não e me perguntaram se a mulher estava com crachá - e ela não estava -, bateu o desespero e começou a correria. Ela sumiu em menos de 5 minutos - narra a mãe do bebê.

Segundo Viviane, a bandida já havia entrado no quarto momentos antes e feito algumas perguntas. Usava uma toca cirúrgica na cabeça, estava com o celular ligado o tempo todo e tinha uma pasta na mão. Disse que se chamava Cibele e questionou quando ela e a filha teriam alta. 

- Eu respondi que amanhã (hoje). Ela me disse: "o teu bebê foi escolhido" e tirou a minha filha dos meus braços - lembra, entre lágrimas.

 
Foto: Reprodução, Facebook

Levada com menos de 24 horas de vida
Barbara nasceu na segunda-feira, de parto normal, com 3,2kg e 49cm. É a segunda filha de Viviane e do marido, Magnun Luis de Souza Lesa, 32 anos, ambos do Bairro Sarandi, com quem já tem uma menina de 13 anos. Tinha menos de 24 horas de vida quando foi separada da mãe. Mostrando fotos da pequena feitas pelo seu celular, enquanto ouvia o choro de outros bebês nos quartos ao lado do seu, Viviane olhava o bercinho ao lado da cama vazio e não continha a emoção ao lembrar o horror dos últimos momentos ao lado da menina. 

- Eu recém tinha dado mamar pra ela, então, ela não ia chorar por um bom tempo, não chamaria a atenção. Eu estava sozinha com ela e com o braço cansado. Pensei em colocá-la na caminha, mas estava longe. Ainda pensei: Deus me livre de eu pegar no sono e alguém roubar a minha filha. E aí vem uma bandida e leva ela dos meus braços! Dos meus braços! - desaba em pranto a mãe, que garante nunca antes ter visto a tal mulher.

Polícia investiga e aposta em imagens para identificar suspeita
O caso foi encaminhado a 17ª DP, onde, até o começo da noite de ontem, haviam sido ouvidos o pai da criança, o chefe de segurança do Santa Clara e a equipe de enfermeiros do hospital. Segundo o delegado Hilton Muller Rodrigues, que conduz o caso, o taxista que transportou a criminosa com o bebê também foi ouvido, mas seu depoimento foi pouco esclarecedor. 

- Ele informou que a passageira embarcou na Independência, nas proximidades do hospital, mas desceu a duas quadras dali, em frente ao hospital Presidente Vargas -disse Hamilton.

Rotas de fuga em alerta
Ainda conforme o delegado, a polícia destacou equipes para a rodoviária e para o aeroporto da Capital, possíveis rotas de fuga da cidade. Mas ainda não tem suspeitas. 
- Por estes meios, é muito improvável que ela consiga sair da cidade. A família não faz a menor ideia de quem possa ter feito isto, e diz que não tem desavenças. Estamos trabalhando com a divulgação da imagens para que a população também possa nos ajudar caso identifique esta pessoa - conclui o delegado.

A assessoria de imprensa do Complexo Santa Casa infirmou que está prestando toda assistência médica e psicológica à família , além de colaborar com as investigações.