Criminalidade
Depois de incendiada, escola foi arrombada na Lomba do Pinheiro
Aulas na escola Onofre Pires haviam sido retomadas na segunda-feira
Fazia apenas três dias que as aulas haviam sido retomadas na Escola de Ensino Fundamental Onofre Pires, na Lomba do Pinheiro, depois de um incêndio que destruiu três salas de aula e a biblioteca local, no dia 26 de julho. Mas a instituição, localizada na Zona Leste de Porto Alegre, passou por mais um trauma. A escola foi arrombada nesta madrugada, o que forçou a direção a suspender as aulas, recém-iniciadas após as férias escolares. A Onofre Pires tem 463 alunos.
Os ladrões arrancaram a grade que dava acesso à secretaria, reviraram o local e levaram o dinheiro arrecadado na festa junina da escola. Na manhã de ontem, direção e funcionários tentavam contabilizar o prejuízo, mas não sabiam informar se, além da quantia em dinheiro, objetos ou materiais também teriam sido furtados.
Sem luz, telefone e internet
A suspeita é de que os bandidos tenham entrado pelo buraco da cerca do prédio, aberto pelos bombeiros no dia do incêndio. Desde então, a escola está sem luz, telefone e internet. A diretora Lucy Piccolatto de Carli não tem previsão de retorno dos serviços.
- Este é um lugar ermo, isolado e sem luz. Tudo propicia este tipo de coisa. De noite, quem passa por aqui, não tem como enxergar o prédio da escola - lamenta Lucy, informando que as aulas devem ser retomadas hoje.
Mãe da aluna Ruryka Dornelles, 12 anos, aluna do sétimo ano, a vendedora Rosa teme pela filha e exige mais segurança.
- Fico com o coração na mão. A escola está esquecida. À noite, é uma escuridão medonha.- reclama.
Causa do incêndio é investigada
Assim como o arrombamento, a causa do incêndio ainda é investigada pela polícia. Apesar da suspeita da direção do colégio e de alguns funcionários de que o fogo possa ter sido criminoso, a polícia diz que não foram encontrados indícios e aguarda o laudo da perícia, que deve sair em até 30 dias.
- O primeiro parecer diz que não havia sinais de que fosse um incêndio criminoso. Não havia nada no local que indicasse isso - explica o titular da 21ª DP, Marcos Machado.
Ele afirma que, com o novo drama vivido pela escola, dará uma atenção especial ao caso.
- É o segundo episódio envolvendo esta escola em pouco tempo. Vamos deixar de tratar como um simples arrombamento para investigar se pode ter relação com alguma represália à escola, se há algum conflito com alguém da comunidade ou coisa parecida que possa ter gerado essa ação - afirma.