Morte no ônibus
Identificado homem que confessou participação em assassinato de PM
William Eduardo Ferreira Rodrigues, 23 anos, já está no Presídio Central. Com a confissão, os dois homens detidos horas após o crime foram soltos
A Brigada Militar identificou o homem preso neste final de semana que confessou ter participado do assalto ao ônibus que resultou na morte do PM Márcio Ricardo Ribeiro, 42 anos, dentro de um ônibus no Bairro Hípica, na noite de quinta-feira, em Porto Alegre. William Eduardo Ferreira Rodrigues, 23 anos, admitiu participação no assalto e apontou os nomes dos três comparsas que agiram com ele e estão foragidos.
Com a confissão de William, os dois homens que haviam sido detidos horas após o crime acabaram soltos no sábado por "não terem nada a ver com a história", segundo a delegada titular da 6ª DP, Áurea Regina Hoppel.
A reviravolta começou quando a Brigada Militar recebeu uma denúncia de que um homem envolvido no crime estaria tentando fugir do Estado pela Rodoviária da Capital. Numa investida ao local, às 15h de sábado, o homem foi preso, confessou a participação no crime e entregou outros três comparsas, que estão foragidos.
Segundo a delegada Áurea, tatuagens parecidas entre eles e a semelhança física colaboraram para a falha na identificação, atribuída pela delegada às testemunhas.
- Tanto o rapaz que confessou o crime quanto um dos presos têm uma tatuagem de escorpião no mesmo local do pescoço. A estatura deles é muito parecida, assim com a fisionomia, e por essa razão as testemunhas se confundiram. Mas, comparando os dois, fica bem claro que um dos escorpiões no pescoço do homem que havia sido preso tem a cauda reta, enquanto o escorpião do rapaz que confessou o crime tem a cauda curvada - explica a delegada.
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No entanto, a delegada admite que já suspeitava de que não se tratasse da mesma pessoa, impressão que, ao que tudo indica, só foi reforçada com a prisão e confissão do homem na rodoviária.
- Desde sexta-feira, quando meu pessoal visualizou as imagens, já percebeu que a tatuagem do preso não condizia com a tatuagem que aparece na filmagem. Isto já é um elemento fortíssimo para liberação, somado à confissão do jovem e aos depoimentos das testemunhas, que reconheceram o erro, fui falar com o juiz de plantão, e ele entendeu - explicou Áurea.
Ainda na tarde de sábado, conforme a delegada, os suspeitos presos equivocadamente foram soltos.
- Pedi o alvará de soltura, e os dois já foram liberados. Também representei pela prisão temporária dos quatro. Um foi preso e recolhido ao Presídio Central, e os outros três estão foragidos - afirma Áurea.
Um mandado de busca chegou a ser cumprido na madrugada deste domingo, em Viamão, mas sem sucesso.
- Recebemos informação de que o sujeito que atirou poderia estar na casa de uma irmã. Nos deslocamos até lá na madrugada. Ela nos recebeu, mas ele não estava. Segundo informações que recebemos, esse indivíduos já estariam em fuga para Santa Catarina - adianta a delegada.
Vídeo: imagens mostram os atiradores no ônibus