A Delegacia de Polícia para Crianças e Adolescentes (Deca) de Porto Alegre não concorda com a decisão do juiz Paulo Irion, que impediu a prisão preventiva de um homem de 25 anos - suspeito de estuprar uma menina de 16 anos na noite de domingo na região da Usina do Gasômetro -, e espera que o Ministério Público (MP) recorra nas próximas horas. Segundo o delegado Leandro Cantarelli, é "um risco" o suspeito estar solto, e há elementos jurídicos que justificam a detenção até o fim do inquérito:

Entenda por que o juiz Irion não pediu a prisão do homem

- Respeito a decisão do magistrado, mas não concordo. Quem pratica um delito desses, aproveitando-se da vulnerabilidade de uma adolescente, representa um grande risco para a sociedade. Espero que o MP recorra.

O juiz Paulo Irion afirmou nesta quarta-feira ao Diário Gaúcho que é preciso ter certeza de que o suspeito - réu primário - cometeu o crime antes de prendê-lo. Segundo o magistrado, isso só ocorrerá após o laudo no corpo da vítima, ainda sem data para ser entregue. O MP analisa o despacho e deve se manifestar até a manhã de quinta-feira.

Morador de rua salvou garota ao denunciar crime

O homem foi flagrado, de acordo com um morador de rua, estuprando a garota por volta das 23h do último domingo na orla do Guaíba. Outro suspeito, de 56 anos - que estaria armado e observando o ato -, foi recolhido porque Irion entendeu que ele possui antecedentes criminais por abuso sexual que justificam a detenção. Além disso, ele reagiu à ordem de prisão.

VÍDEO: o relato de um policial que diz ter visto o estupro

- Fatos dessa natureza podem acontecer novamente. Eles foram violentos e ameaçaram gravemente a jovem - complementa o delegado Cantarelli.

Após denúncia, policiais prenderam a dupla em flagrante com ajuda da Brigada Militar. Um deles, o mais velho, trocou tiros e tentou se esconder em um matagal próximo. A Polícia Civil investiga como a menina foi atraída para a orla do Guaíba. Ela teve alta do Hospital Fêmina e deve ser ouvida na próxima sexta-feira.