Saúde
Vigilância em Saúde de Porto Alegre reforça cuidados para evitar a Febre Chikungunya
A Capital está entre as 125 cidades do Brasil, definidas pelo Ministério da Saúde, em situação de alerta
Como se não bastasse temer a Dengue com a proximidade do Verão e dos dias quentes, uma nova doença passou a ser temida pela Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre: a Febre Chikungunya. Para piorar a situação, a Febre é transmitida por dois mosquitos: o Aedes Aegypti e Aedes Albupictus, que é mais comum em todo o Brasil.
Até 25 de outubro, o Ministério da Saúde registrou 828 casos da Febre em todo o país. Porto Alegre está entre as 125 cidades do Brasil que apresentam situação de alerta. No próximo sábado, será lançada campanha contra a Dengue e Febre Chikungunya. O dia de mobilização nacional está marcado para 6 de dezembro.
Em Porto Alegre, segundo o coordenador geral de Vigilância em Saúde (CGVS) da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, Anderson Araujo de Lima, dois casos da Febre Chikungunya foram identificados na Capital, no primeiro semestre deste ano. Conforme o coordenador, os pacientes vieram do Caribe já com a doença, foram tratados e se curaram. A maior preocupação da Vigilância, destaca Anderson, é com a proliferação dos dois vetores na cidade.
- O levantamento mais atual do índice de infestação, do final de outubro, mostrou que a cidade teve um aumento de 1% com relação ao mesmo período do ano passado. É um índice alto. Um dos motivos foi o inverno atípico, com pouco frio e que não foi suficiente para eliminar os criadouros - justifica Anderson.
Recomendações ampliadas
Na tentativa de alertar a população da Capital, os agentes de controle de endemias estão reforçando os cuidados durante as visitas aos moradores. Responsável por quase 300 famílias do Bairro Partenon, a agente Mariangela Cardoso de Farias, 47 anos, ampliou as recomendações a cada visita realizada. Ontem, foi a vez da casa da técnica de enfermagem Elisa Mattos, 69 anos, da Vila São Judas Tadeu, passar pelo olho treinado da agente. Em cinco minutos, Mariangela encontrou água acumulada no prato de um vaso de flores.
- Tenho muitas folhagens e, por isso, cuido para não ter água parada nos vasos. Também troco a água dos cães diariamente e não deixo nem tampa de refrigerante virada. Lavei o pátio há pouco, mas já ia tirar este acúmulo - justificou a moradora, que recebeu o adesivo indicando que ela está incluída no Programa de Combate à Dengue em Porto Alegre.
Na casa de José e Maria de Fátima Cardoso, 70 e 59 anos, respectivamente, Mariangela ficou contente com o resultado. Vasos secos, bebedouro dos cães escovados e pátio sem acúmulos que possam ter água da chuva.
- Estamos informados sobre as duas doenças. Se depender de nós, elas não visitarão Porto Alegre - garantiu José.
O que é a Febre Chikungunya?
- O nome chikungunya deriva de uma palavra em Makonde, dialeto existente na Tanzania e em Moçambique. Significa "aquele que se curva", descrevendo a aparência encurvada de pacientes que sofrem de artralgia intensa (dores nas articulações).
- O vírus Chikungunya é uma enfermidade que reapareceu com força, no final de 2013, no Caribe e se espalhou pelas Américas neste ano. Pelo menos 16 casos já foram registrados no Brasil.
- A maioria das pessoas infectadas (72% a 97%) desenvolvem febre, dores intensas nas articulações (principalmente, nas mãos e nos pés), dor de cabeça, conjuntivite, dores musculares e náuseas/vômitos.
- O período de incubação é de três a sete dias (variando de 1 a 12 dias).
- Os sintomas agudos regridem entre sete e dez dias, a mortalidade é rara, mas alguns doentes podem ter os sintomas reumatológicos por até cinco anos.
- O tratamento se dá basicamente com o uso de paracetamol, muita hidratação e repouso.
- Até o dia 25 de outubro, o Ministério da Saúde registrou 828 casos de Febre Chikungunya no Brasil.
Fontes: Ministério da Saúde e CGVS
Cuidados com os mosquitos
- Feche caixas d'água, tonéis e latões.
- Limpe com escovação os bebedouros dos animais.
- Guarde garrafas vazias com o gargalo para baixo.
- Guarde os pneus velhos sob abrigos.
- Mantenha desentupidos canos, ralos, calhas, toldos e marquises.
- Não acumule água nos pratos dos vasos de plantas.
- Mantenha a piscina tratada o ano inteiro.
- Coloque areia nos cacos de vidro dos muros.
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde