Furtos em Porto Alegre
Delegado aconselha amigos e parentes a não irem ao Centro
Titular da 17ª DP, Hilton Muller reclama da falta de policiamento nas ruas e considera número "inaceitável"
A região central de Porto Alegre é conhecida pelos furtos a pedestres. O roubo de celular, por exemplo, chegou ao número de 1.106 até o final de novembro na localidade. Muito por isso, até mesmo o delegado da área aconselha amigos e parentes a evitarem o Centro. Titular da 17ª Delegacia de Polícia, o delegado Hilton Muller é categórico:
- Aos meus amigos e parente, aconselho a evitar vir ao Centro. Se tiver de vir, não atenda celular, não ostente joias, não carregue muitas sacolas. Simplesmente não tem policiamento ostensivo, a gente trafega e não vê brigadianos.
>>> Saiba como não ser alvo dos punguistas no centro de Porto
Alegre
Sua delegacia registrou em novembro deste ano 43 ocorrências de furtos do tipo punga, contra 37 no mesmo período do ano passado. Nos primeiros quatro dias de dezembro, foram três (cinco em 2013).
- Quando as pessoas têm documento furtado, precisam registrar, assim como cartão de crédito, mas no caso de correntinhas, relógio e até celulares, muitos sequer registram. Qualquer número que se diga, será um chute - avalia.
VÍDEO: Leitor faz flagrante de furto a idosa no Centro de Porto Alegre
Poucos funcionários na 17ª DP
Com apenas quatro investigadores na delegacia, ele faz o que pode para investigar esses e os demais crimes registrados. Conhecido pelo temperamento forte, o delegado não poupa sequer o secretário Estadual de Segurança, Airton Michels:
- Hoje (ontem, segunda-feira, 08/12) mesmo ouvi o secretário dizer (na Rádio Gaúcha) que não podemos colocar um brigadiano em cada esquina. Mas o nível que temos de policiamento na área central é inaceitável.
A reportagem tentou contato com o secretário, que não atendeu aos chamados.
Leia todas as notícias do Diário Gaúcho
Operação Papai Noel, o alento
A Brigada não forneceu dados que mostrem a evolução mensal do número de furtos no Centro. O tenente-coronel Vieira admite que há aumento, porém, segundo ele, "não é muito grande".
- A verdade é que, mesmo fora do período de festas, a quantidade de ataques já é grande. E, nessa época, a Operação Papai Noel tem feito a diferença - avaliou.
Confira mais notícias de Polícia
A ação vai até o dia 31 de dezembro e tem como foco a área central. O 9º BPM, que normalmente mantém 20 homens na região, passa a ter 40. Para isso, deslocou PMs dos serviços administrativos e do Pelotão de Operações Especiais (Poe). Além disso, o Batalhão de Operações Especiais (Boe) cede cerca de 40 soldados, a serem distribuídos em três turnos.