Boletim de Ocorrência - Arquivo do Crime
Renato Dornelles: "detetive gravou a própria morte"
Espionagem, chantagens, infidelidade e muito mistério. Os ingredientes, que parecem típicos de um filme, cercam o assassinato do detetive particular João Paulo Resém, ocorrido no dia 5 de agosto de 1987 e jamais solucionado.
Acostumado a investigar vidas alheias em sua atividade profissional, Resém gravou a própria morte em uma fita cassete. Na gravação, encontrada no local do crime - seu escritório, no Edifício do Ouvidor, na Rua dos Andradas, no Centro de Porto Alegre - ficou registrada a discussão que ele teve com um homem, interrompida por um estampido de tiro. Apesar disso, a polícia não conseguiu identificar o criminoso.
Muitas mulheres
A principal especialidade de Resém era investigar casos de adultério. E disso ele entendia muito, por experiência própria. Nas i nvestigações do crime, a polícia descobfriu que ele era casado, paralelamente começou a se relacionar com uma jovem da qual ficou noivo, mantinha também um caso com uma de suas investigadoras, que o deixou quando soube que uma colega esparava um filho dele. Deu para entender?
Além de todo esse enredo, havia uma total falta de ética profissional. Quando investigava casos de traição conjugal, antes de entregar as provas para os clientes, procurava a pessoa investigada e a chantageava. Em alguns casos, chegou a receber dinheiro das duas partes envolvidas (dos traidores e dos traídos).
Essa engrenagem toda dificultou as investigações acerca de sua morte.