Gravataí
Corregedoria vai intimar delegada e policiais a depor sobre prisão e agressão de idoso com Alzheimer
O idoso precisava ir ao banheiro, mas errou o caminho e entrou no gabinete da delegada
A Corregedoria da Polícia Civil vai intimar uma delegada e dois agentes da Delegacia da Mulher de Gravataí, na Região Metropolitana, a depor sobre uma denúncia agressão e prisão de um idoso de 65 anos surdo, que sofre de mal de Alzheimer, esclerose e epilepsia. O caso aconteceu no dia 25 de junho.
Conforme a denúncia, a família estava na delegacia para registrar um boletim de ocorrência . O idoso, que de acordo com o advogado da família, Rodrigo Cabral, é interditado judicialmente, precisava ir ao banheiro, mas errou o caminho e entrou no gabinete. A delegada o mandou sair, mas ele não respondeu. Segundo o advogado, foi naquele momento que o idoso foi empurrado, tombou, e depois foi atingido por pontapés. A família admite que o idoso chegou a segurar o braço da delegada e gritou que não sairia dali.
Depois da confusão, o homem foi algemado e preso em flagrante por desacato, desobediência e resistência. Ele foi levado para a carceragem da delegacia, onde passou a noite, e depois para o Presídio Central de Porto Alegre, onde conforme Cabral, passou quase dois dias.
O corregedor-geral da Polícia Civil, Andrei Vivan, diz que vai analisar a conduta dos policiais pela agressão e também pela prisão. “Por enquanto estamos com a versão da família, mas caso se confirme, os agentes podem responder criminalmente e também quanto a correção dos procedimentos e parte funcional”, adianta. Para o corregedor, esse tipo de conduta é uma exceção na corporação. “A Polícia Civil vem qualificando seus quadros, treinando permanentemente os agentes para pessoas que precisam de cuidados especiais. Esperamos que haja justificativa em relação à essa ação”, reafirma.
O advogado conta que tentou conversar com a delegada para esclarecer a situação, mas ela não respondeu aos contatos. Foi feito um registro de ocorrência também por tortura por parte dos policiais ao idoso. A defesa reclama também do delegado que lavrou o flagrante da prisão do idoso, e diz que este também deve ser investigado.
A denúncia ainda é investigada, e, por isso, não é divulgado o nome da delegada.
* Rádio Gaúcha