Violência sexual
Polícia vai indiciar motorista do Uber que teria se masturbado em frente a passageira em Porto Alegre
Condutor responderá por crime de de ato obsceno, com pena de até dois anos de prisão
A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) vai indiciar um motorista do Uber suspeito de ter se masturbado em frente a uma passageira durante corrida em Porto Alegre. O condutor responderá pelo crime de ato obsceno, com pena que pode chegar a dois anos de prisão. Entretanto, o homem responderá ao caso em liberdade. Conforme a delegada Tatiana Bastos, há indícios suficientes que comprovam a versão da universitária que registrou a ocorrência.
— A gente juntou as mensagens e ligações feitas pela jovem ao namorado. Quando ela desce do carro, imediatamente procura uma PM para ajudá-la. O motorista havia dito que ela tinha pego um táxi. A versão não condiz com o que aconteceu — disse.
O caso ocorreu no último dia 8 de novembro, quando a jovem de 26 anos deslocava-se da Zona Sul até a universidade, no centro da cidade. Segundo relato da mulher, no meio do trajeto, o condutor perguntou se ela tinha sinal telefônico. Após ela responder negativamente, o homem começou a se masturbar enquanto dirigia. A jovem conseguiu novamente sinal telefônico e de internet e relatou ao namorado a ação do motorista. Depois, desesperada, desceu do carro em um terminal de ônibus na Avenida Bento Gonçalves.
A delegada Tatiana frisou que o homem já teve uma passagem criminal anterior pelo mesmo crime. O condutor prestou depoimento dias depois do incidente e alegou que a mulher o havia denunciado por vingança. Segundo o motorista, a estudante estava com pressa e queria que ele andasse mais rápido até a universidade. A argumentação do condutor não foi suficiente para a delegada.
CONTRAPONTO
Por meio de nota, a empresa Uber se manifestou sobre o caso:
"A Uber repudia qualquer tipo de violência contra mulheres. O motorista foi desativado da plataforma e não está realizando viagens. A Uber vai colaborar com as autoridades competentes para ajudar nas investigações, respeitando a legislação. Acreditamos na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência contra a mulher."