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Vale do Sinos

Empresário gaúcho que atropelou três em Florianópolis é preso por receptação qualificada

Jéferson Rodrigo de Souza Bueno ficou conhecido no Revéillon de 2017, quando se envolveu em acidente com morte e só se apresentou à polícia após mandado de prisão ser suspenso pela Justiça

13/04/2018 - 07h46min

Atualizada em: 13/04/2018 - 07h47min


Vitor Rosa
Vitor Rosa
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Reprodução / Facebook
Jéferson dirigia Camaro quando se envolveu no acidente, no Ano-Novo de 2017

A Polícia Civil de Sapiranga, no Vale do Sinos, prendeu por receptação qualificada, na noite de quarta-feira (11), Jéferson Rodrigo de Souza Bueno, 30 anos. O empresário gaúcho ficou conhecido após se envolver no atropelamento de três pessoas, que deixou uma delas morta e duas gravemente feridas, na Praia dos Ingleses, no norte de Florianópolis (SC), no Ano-Novo de 2017.  

Conforme a nova investigação, Bueno recebeu na empresa dele, em Araricá, uma carga de insumos metalúrgicos desviada. Os policiais dizem que ele também tinha conhecimento do planejamento do desvio da carga, que ocorreu no final de 2017.

De acordo com o delegado Fernando Branco, o motorista de uma empresa de Campo Bom avisou ao empresário, através de um terceiro, que transportaria uma carga de aproximadamente R$ 150 mil. Ele teria sido avisado para descarregar os produtos na empresa de Bueno e depois ir até um outro ponto, onde forjou um assalto. 

— Nós começamos a investigação para achar o suposto roubo da carga, que na verdade nunca houve. O motorista acabou por confessar e deu detalhes de como tudo aconteceu, e aí chegamos ao Jéferson (empresário) — relata o delegado. 

O motorista, que confessou o crime na delegacia, não foi encontrado durante a batida policial. O delegado diz que ainda não havia o prendido porque ele estava contribuindo com a investigação. Além dele, um colega, que também não teve o nome revelado, ainda é procurado pela polícia local por ter participado da ação.

Em janeiro deste ano, Bueno já havia sido preso pela Polícia Civil por furto de energia elétrica na empresa dele. Ele foi detido após agentes do Departamento de Investigações Criminais (Deic) acompanharem funcionários da concessionária RGE na fiscalização. Os servidores da companhia elétrica afirmavam ter dificuldades em fiscalizar a empresa, pois sempre eram ameaçados.

De acordo com o advogado que defende o empresário, Ademir Campana, a defesa ainda tenta acesso aos depoimentos e provas da investigação para depois entrar na Justiça com pedido um habeas corpus. 

Atropelamento em SC

No dia 1º de janeiro de 2017, Bueno se envolveu em um acidente de trânsito que deixou uma pessoa morta e outras duas feridas na Praia dos Ingleses, em Florianópolis. Denunciado à Justiça por homicídio doloso triplamente qualificado, não chegou a ser preso.

Ele se apresentou em abril, após o mandado de prisão ser suspenso pela Justiça catarinense. O homem pagou fiança de R$ 70.275, e a Justiça impôs a ele outras restrições: comparecimento mensal no juízo em que reside para informar e justificar suas atividades, proibição de se ausentar da comarca em que reside por prazo superior a oito dias sem anuência do juiz, suspensão do direito da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor pelo prazo de dois anos e comparecimento ao Cartório da Capital para citação pessoal, ciência das condições impostas e entrega de sua CNH. 

No acidente, Cristiane Flores, de 31 anos, morreu. O marido dela, Nilandres Lodi, teve as duas pernas amputadas, e Gean Matos, 22 anos, amigo do casal, teve traumatismo craniano e lesão em um dos pulmões.

Na época, a defesa de Bueno alegou que a culpa pela perda do controle do Camaro era de um outro motorista, que teria colidido lateralmente com o veículo, causando o acidente. O condutor deste carro foi ouvido pelas autoridades catarinenses, mas não foi indiciado.


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