Feminicídio
Mãe e filha são mortas a facadas em apartamento no Humaitá
Principal suspeito do crime é o ex-companheiro da vítima mais nova, que teria fugido do local
Uma mulher e sua mãe foram assassinadas a facadas na manhã desta quarta-feira (25) no apartamento onde moraram na rua Engenheiro Alexandre Martins da Rosa, no bairro Humaitá, na zona norte de Porto Alegre. As vítimas foram identificadas como Mariane da Silva Isbarrola, 30 anos, e Terezinha de Fátima Pereira da Silva, de 56. O principal suspeito do crime é o ex-companheiro de Mariane, que, segundo relatos de vizinhos, deixou o imóvel correndo, ensanguentado, e fugiu a bordo de um automóvel HB20 branco.
O feminicídio ocorreu por volta das 7h, no quarto andar do Edifício Paraguai. Um dos vizinhos, que mora em frente ao apartamento das vítimas e pediu para não ser identificado, relatou que ouviu os gritos das mulheres e bateu na porta para ver o que ocorria. Quem abriu a porta foi o ex-companheiro de Mariane, que estava com uma faca na mão. Assustado, o vizinho fugiu pedindo por socorro.
Alguns minutos depois, o ex-companheiro bateu à porta de uma vizinha no terceiro andar pedindo para que ela cuidasse das duas filhas do casal, de quatro e sete anos. De acordo com a testemunha, que também não quis se identificar, ele aparentava estar perturbado.
Por volta das 9h40min, o local do crime estava isolado. Moradores do condomínio se aglomeravam no pátio, acompanhando o trabalho da polícia.
Mariane trabalhava como terapeuta ocupacional na prefeitura de Montenegro e, segundo vizinhos, vinha em processo de separação com o ex-companheiro. Ela já teria relatado ter sido ameaçada pelo ex, que não teve a identidade divulgada pela polícia.
A delegada Clarissa Demartini, da Delegacia da Mulher, afirma que a vítima não registrou nenhuma ocorrência contra o ex, apesar de já estar sendo ameaçada. A delegada diz que diversas testemunhas relataram que ele não aceitava o término do relacionamento.
— O que a gente vê é mais um caso em que a mulher já foi ameaçada anteriormente e não procura a polícia. É importante que as mulheres entendam que quando há agressão, seja ela física ou verbal, é caso de polícia. Talvez se soubéssemos poderíamos evitar uma tragédia dessas — comenta a delegada.