Latrocínio em Porto Alegre
Simpático, atencioso e querido por todos: quem era o idoso morto em assalto na Capital
Comerciante morto ao reagir a roubo no bairro Jardim Botânico, na tarde desta quinta-feira (12), era considerado referência por moradores do entorno
Locais de crime costumam atrair curiosos, mas perante a Ferragem Comercol, na Rua Barão do Amazonas, no bairro Jardim Botânico, onde o proprietário do estabelecimento foi morto, na tarde desta quinta-feira (12), reuniram-se dezenas de amigos. Alguns choravam. Outros, reclamavam da violência e da falta de segurança. Todos lamentavam a morte do comerciante Luiz Carlos Liotta, 72 anos, prioprietário do estabelecimento, assassinado por assaltantes, por volta das 14h.
"Seu" Luiz, como o chamavam, era uma referência para os moradores do trecho do bairro Jardim Botânico entre as avenidas Bento Gonçalves e Ipiranga. Não só na Barão do Amazonas, como também nas paralelas Guilherme Alves e Portuguesa e perpendiculares Euclides Moura e Bento Amaral.
— O que houve? — perguntou um rapaz que, ao passar pelo local, foi surpreendido pelo movimento de viaturas policiais e aglomeração de pessoas.
— Mataram o dono da ferragem — respondeu um homem de meia idade.
— O que? Aquele senhorzinho simpático? — disse o rapaz, sem esconder o espanto.
Além de querido por todos, o comerciante era considerado uma pessoa solidária, sempre disposta a ajudar.
— Todos os dias passava por aqui e dizia, bom dia, seu Luiz, boa tarde, seu Luiz. Teve uma vez que tive um aparelho estragado. Ele não só trocou a peça, como realizou todo o serviço e só cobrou pela peça — lembrou uma moradora da Rua Euclides Moura, de 66 anos.
Essa mesma mulher, dona de casa, lembra que o comerciante a ajudava juntando lacres de latas de bebidas que revertiam em renda para uma ONG. As latinhas Liotta doava para outra idosa, de 70 anos, que mora a dois quarteirões da ferragem.
— Passava toda a semana sempre por aqui, pois ele sempre tinha um monte (de latinhas) para me dar — lembra.
Amigo de décadas do dono da ferragem, o aposentado Vladimir Silva Rodrigues, 58 anos, além de triste, estava indignado.
— No início do ano, tinha policiamento em cada esquina por aqui. Agora, não tem mais e todo o dia ocorrem assaltos.