Planalto
"Estou com a consciência tranquila", diz prefeito investigado por estupro de vulnerável no norte do RS
Antonio Carlos Damin (PDT) disse que "nunca tocou na menina"
O prefeito de Planalto, Antonio Carlos Damin (PDT), defendeu-se no início da tarde desta terça-feira (15) da denúncia na qual é investigado pelo Ministério Público por ter oferecido R$ 1 mil para que uma menina de 13 anos fizesse sexo com ele. Durante entrevista coletiva em seu gabinete, o administrador se disse de consciência tranquila e que não entende de onde surgiu a acusação.
— Uma denúncia que deixa a gente muito triste. Isso abala não só o ser humano, mas abala a imagem da gente. Sou prefeito que estou no quarto mandato, não sou primeiro marinheiro. Fui oficial de Justiça por toda minha vida. Estou aposentado. Trabalhei ao lado do Ministério Público e ao lado do juiz a vida inteira correndo atrás das ações. Então, estou preparado para responder o processo. Estou com consciência tranquila. Quero pedir perdão para minha família como um todo. Minha família não merecia passar por isso que está passando — disse na entrevista.
A investigação começou em março de 2018 e chegou até o conhecimento do MP após denúncia ao Conselho Tutelar. De acordo com o promotor Alexandre Salim, a menina contou que vinha sendo procurada pelo prefeito para que mantivesse relações sexuais com ele.
— Nunca toquei nela, tínhamos uma questão de amizade. Muitas vezes ela chegava próximo a mim. Mas nunca toquei nela. Nunca toquei com intenções até porque é uma menina de 14 anos. Eu trabalhei 14 anos no Judiciário e sei as consequências disso tudo.
Há suspeitas de que o prefeito teria sido informado de forma ilegal sobre a investigação. A Procuradoria de Prefeitos identificou que Damin marcou encontro em local de baixa movimentação com os pais da menina para tentar convencê-los a retirar a representação.
O prefeito afirma que se encontrou com os pais da menina e pediu para que convencessem a filha a retirar a acusação por se tratar de mentira:
— Quando eu fiquei sabendo que havia uma denuncia contra mim, chamei eles.Pedi para um amigo meu para trazer eles porque queria conversar. Perguntei tanto para o pai quanto para a mãe “o que está acontecendo?”, “por que meu nome está envolvido nesta questão?”. Tanto o pai quanto a mãe não souberam me responder. A mãe até me disse que achava que ela (a menina) estava nervosa. Estar nervosa não é um motivo para fazer uma acusação séria como esta. É uma família que precisa se reconstruir. Hoje ela está recolhida numa instituição de acolhimento que nós construímos, está passando por acompanhamento de psicólogo dos nossos profissionais da prefeitura. Até hoje não entendi se existe alguma vingança contra mim.
Damin também alegou que ainda não foi chamado para depor sobre o caso, apesar de ter sido alvo de três mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (15). Segundo Fabio Stieven, assessor jurídico do prefeito, o próximo passo será esperar o interrogatório para se defender.