REGIÃO METROPOLITANA
Casas de papel: presos mais dois suspeitos de lesar clientes de construtora
Na semana passada, outras três pessoas já haviam sido detidas em operação policial
A Polícia Civil prendeu preventivamente, na manhã desta sexta-feira (22), mais dois suspeitos de serem responsáveis por lesar clientes que adquiriram casas pré-fabricadas ou de alvenaria em sete cidades da região metropolitana de Porto Alegre e do Litoral. Os dois – que são investigados pelos crimes de estelionato e organização criminosa – foram encontrados nos bairros Rubem Berta, na Zona Norte, e Jardim Carvalho, na zona leste da Capital.
Um dos presos é Luciano Agnes Besestil, 41 anos, que, segundo a polícia, seria o responsável pelas vendas da Construtora Martins. O outro é Anderson Dias de Quadros, 33 anos, que era gerente da mesma empresa em Tramandaí, no Litoral Norte.
Conforme o delegado Rafael Liedtke, da Delegacia do Consumidor, a dupla também representava a empresa em audiências na Justiça.
— Como representantes da construtora, inclusive firmavam acordos com as vítimas, que depois não eram cumpridos — afirma o delegado.
Na última sexta-feira (17), outros três suspeitos foram presos também em ação policial. Eles seguem detidos.
Segundo Liedtke, até o momento há a identificação de aproximadamente 40 vítimas, e a polícia ainda apura o prejuízo que teria sido causado pela quadrilha. A Justiça decretou o bloqueio de contas bancárias de quatro empresas ligadas à construtora.
De acordo com a investigação, a construtora cobra dos clientes pagamento adiantado de parte do custo dos imóveis, incluindo material de construção e mão de obra, com a promessa de entregar a moradia em um período de 50 a 60 dias. Contudo, há construções inacabadas e algumas nem sequer iniciadas há quase dois anos.
As reclamações de consumidores foram apuradas pelo Grupo de Investigações da RBS (GDI) e abordadas em reportagens nos jornais Diário Gaúcho, Zero Hora, no site GaúchaZH e na RBS TV. Em alguns casos, os clientes pagavam valores à empresa, mas nunca receberam as residências. Em outros, o prazo não era cumprido e as moradias apresentavam problemas, já que material de baixa qualidade era usado. Empreiteiros também relatam não terem recebido.
GaúchaZH tenta contato com a defesa dos suspeitos presos nesta sexta-feira, mas não conseguiu retorno até a publicação desta reportagem.