Vale do Sinos
Médico condenado por abusar sexualmente de adolescente é preso em Novo Hamburgo
Proprietário de uma clínica no município do Vale do Sinos, Evandro Bastianello Porto recebeu pena de nove anos
Dono de uma clínica no Bairro Rio Branco, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, o médico Evandro Bastianello Porto foi preso nesta terça-feira (20). O traumatologista foi condenado a nove anos de prisão por abusar sexualmente em 2010 de uma adolescente, na época com 14 anos. O homem estava sendo procurado pela Polícia Civil desde o dia 17 de setembro, quando foi decretada sua prisão. Sabendo que ele tinha um atendimento marcado nesta tarde, os investigadores foram até o consultório, onde o encontraram.
A notícia da prisão de Porto foi um alento para a mãe da adolescente, que desde 2010 buscava por justiça. A mulher, que não terá o nome publicado nesta reportagem para não identificar a vítima, conta que a filha foi abusada pelo médico após uma consulta, em março de 2010. Segundo ela, a então adolescente de 14 anos precisava de um tratamento para unha encravada. O traumatologista se ofereceu para levá-la de Porto Alegre até a clínica, em Novo Hamburgo. Depois, conduziria a vítima de volta para casa.
— Era um tratamento simples. Não precisava nenhum tipo de sedativo. Mas ele deu à minha filha um comprimido, que ela escondeu e não tomou. Ele estranhou que ela não dormiu e deu cinco no total. Quatro ela escondeu e entregamos aos policiais — conta a mãe.
No retorno para a Capital, Porto abusou sexualmente da adolescente, que estava sob efeito da medicação, dentro do carro — um Audi TT. Apesar disso, a menina conseguiu se lembrar do que tinha acontecido e contou à mãe, que resolveu procurar a polícia. Segundo a mulher, a família chegou a dormir fora de casa por um período, com medo de represálias.
— Minha filha ficou em pânico. Repetiu de ano na escola e precisou até fazer terapia para superar. Agora, passados quase nove anos do abuso, ela está bem. Estou feliz que a justiça foi feita. Depois de tanto tempo, pensei que não seria — conta a mãe, aliviada.
Em 2013, Porto foi condenado em 1º grau por abuso sexual de vulnerável. O médico recorreu da decisão, que foi mantida em 2ª instância. Em setembro, a prisão foi decretada.
— Fomos em vários endereços, mas não encontrávamos ele, até a tarde de hoje (terça-feira)— explica o delegado André Raldi, da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Porto foi levado à sede do Deic e, em seguida, ao sistema prisional. A reportagem tentou falar com os advogados Karla da Costa Sanpaio, Eduardo de Souza Bossler e Eduarda Matzembacher, que defendem o médico, mas não conseguiu contato até a publicação desta reportagem.