Com 600 vagas
Obras do novo presídio de Sapucaia do Sul começam no dia 2 de janeiro
Garantia é do diretor da empresa responsável pela construção, que, em troca, receberá o terreno onde funcionava o ginásio da Brigada Militar, em Porto Alegre
A construtora Verdi vai começar as obras do novo Presídio Estadual de Sapucaia do Sul, com capacidade para 600 presos, no dia 2 de janeiro. A garantia foi dada pelo diretor da empresa, Henrique de Boni, durante solenidade em que foi assinada a ordem de início para as obras.
— Hoje, ganhamos a ordem de serviço, temos cinco dias para começar (a obra), mas vamos fazer imediatamente. A partir da semana que vem, passou o Ano Novo, estaremos lá trabalhando — afirmou.
A pressa da direção da empresa é para receber o quanto antes o terreno da esquina das avenidas Ipiranga e Silva Só, em Porto Alegre, onde funcionava o Ginásio da Brigada Militar. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) trocou o espaço pela construção do presídio – contudo, para receber a área, a empresa precisa entregar a cadeia.
A previsão é de que a obra do presídio dure de oito a nove meses. Para isso, a Verdi colocará até 300 pessoas trabalhando simultaneamente no local. O diretor da empresa garante, inclusive, que já há equipes preparando a instalação dos trabalhadores.
Perguntado sobre o que a empresa fará no terreno do Ginásio da BM, o diretor despista:
— É uma área valorizada, nosso setor da incorporação está estudando. Ainda não sabemos, mas será algo bem bonito — disse.
A Verdi, que nasceu em Erechim, mas que hoje possui sede em Ivoti, no Vale do Sinos, já construiu outros 106 presídios no Brasil, incluindo a Penitenciária Estadual de Porto Alegre, no terreno do Presídio Central.
Impasse impedia obra
Um acordo firmado entre a Procuradoria-Geral do Estado e o Ministério Público (MP) finalizou um embate jurídico que impedia a construção do Presídio Estadual de Sapucaia do Sul. Inicialmente, o MP questionou a escolha da área – um terreno de 900 hectares da Fundação Zoobotânica, junto ao zoológico do município.
A alegação era de que a área poderia conter espécies de árvores nativas. O Estado, no entanto, explicou que o presídio vai ficar em um espaço de quatro hectares, em um trecho não considerado vulnerável do terreno.
Segundo o MP, o governo se comprometeu que, em contrapartida à construção do presídio, vai iniciar estudos para a criação de uma unidade de preservação integral em parte do terreno. Se cogita a criação de um parque ou uma reserva biológica. A assinatura do termo de acordo entre a PGE e o MP ocorreu no sábado (22).