Entre Nova Petrópolis e Caxias
Suspeitos de assalto, policial morre e outro é preso em confronto com a BM na Serra
Policiais militares fariam parte do grupo que roubou mais de R$ 500 mil de uma residência em Caxias do Sul, na terça-feira (11)
Um policial militar, suspeito de integrar quadrilha de assaltantes, foi morto por colegas da Brigada Militar durante cerco na BR-116, no limite entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul, na Serra, no final da noite de quarta-feira (12). O PM era lotado em Canela e, segundo a corporação, estava escondido no matagal após participar do roubo de mais de R$ 500 mil de três residências em Caxias, na terça (11).
O policial foi identificado como Christian Roman. Ele estava afastado do trabalho por problemas psicológicos. O sobrinho dele, Matheus Padilha Roman, 18 anos, que respondia por porte de arma de fogo, e um terceiro envolvido, Igor Batista Moreira, 21 anos, que tinha antecedente por receptação e porte ilegal de arma de fogo, foram mortos no cerco.
Um segundo PM, que também faria parte da quadrilha, foi preso no mesmo cerco. Conforme a Brigada Militar, ele seria o responsável por resgatar os bandidos, que estavam escondidos na mata.
O soldado preso é lotado em Alvorada, na Região Metropolitana. No celular dele, teriam sido encontradas informações sobre o roubo e o paradeiro dos outros membros da quadrilha. Além dele, outro homem e duas mulheres foram detidos na ação.
O grupo era procurado desde terça-feira (11), quando fez reféns durante um assalto na localidade de Mato Perso. Ainda na terça, foram recuperadas 10 armas e uma mala com mais de R$ 548 mil que foram abandonadas pelos assaltantes.
A Brigada Militar diz que há parte da quadrilha que fugiu ainda na terça e não se sabe o paradeiro.
Tiroteio e prisões
O comandante do 1º Batalhão de Áreas Turísticas da BM, tenente-coronel Gilson Wagner de Oliveira Alves, afirma que foram três momentos distintos do cerco – que resultou em três mortes e quatro prisões.
O primeiro momento terminou na morte de um homem. De acordo com o comandante, ele estava escondido no matagal e decidiu seguir sem o restante do grupo. Para isso, invadiu uma residência e exigiu do morador comida e roupas limpas. O dono da casa conseguiu avisar a polícia, que assim teve noção exata de onde os bandidos poderiam estar escondidos e reduziu o tamanho do cerco.
Após alguns instantes, o homem teria fugido por um milharal. Nesse momento, policiais viram o homem e houve confronto a tiros. Ele ainda invadiu uma segunda casa e tentou roubar uma bicicleta que estava no pátio, mas foi baleado e morreu.
Em um segundo momento, em um lugar próximo, outros dois homens saíram do matagal e entrariam em um carro. Policiais em uma viatura discreta, que estavam escondidos, trocaram tiros com a dupla, resultando na morte de ambos. Um deles era o PM que integraria a quadrilha. Nenhum policial ficou ferido.
O comandante diz que a tropa se surpreendeu ao descobrir que um dos mortos era colega:
— Quando olhamos e começamos a reconhecer como colega, ou ex-colega, porque vai ser excluído, assustamos. Ele escolheu o lado errado, escolheu o crime — disse.
Em um terceiro ponto, o outro policial estava com um carro e foi detido. Um outro veículo que estava no local fugiu em alta velocidade e foi parado na BR-116, a aproximadamente cinco quilômetros do local do tiroteio. Um homem e duas mulheres, que ainda não tiveram os nomes revelados, foram presos no veículo.
Roubo com refém
Conforme informações da BM, quatro criminosos armados e vestidos como PMs renderam o morador da residência em Mato Perso. Foi roubada grande quantia em dinheiro e três espingardas. Na sequência, os assaltantes atacaram uma segunda moradia e roubaram outras duas armas e um celular.
O morador da primeira casa assaltada foi levado como refém, mas liberado na estrada momentos depois. Na fuga, os criminosos atearam fogo a um Corsa.
O grupo seguiu a fuga em dois automóveis: um Ka, que seria das vítimas, e em um Corolla preto que, segundo a BM, havia sido furtado em Alvorada na manhã da terça-feira. Este veículo foi abandonado em uma estrada vicinal de Vila Cristina — que foi o ponto de início das buscas no matagal.