Sequestro na Capital
Presa dupla suspeita de sequestrar empresária e pedir R$ 300 mil de resgate
Vítima ficou com os criminosos por cerca de 18 horas e foi libertada sem ferimentos
Uma operação da Polícia Civil, deflagrada na manhã desta quinta-feira (14), prendeu dois homens suspeitos do sequestro de uma empresária de Porto Alegre e de pedir R$ 300 mil de resgate para a família da vítima. A mulher, de 30 anos, foi mantida refém por cerca de 18 horas.
A ação da 1ª Delegacia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) mobilizou 40 policiais. Os dois suspeitos, de 40 e 41 anos, foram presos temporariamente em casa, em Esteio e em São Leopoldo. Os nomes não estão sendo divulgados pela polícia.
Segundo a investigação, um dos presos usava tornozeleira eletrônica e ocultava o sinal do aparelho com papel alumínio. O próprio sistema da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) identificou que o sinal era bloqueado, mas a polícia conseguiu localizar o homem e monitorá-lo a distância. A investigação ainda busca identificar um terceiro suspeito.
Sequestro na Capital
O sequestro começou no dia 28 de janeiro, quando criminosos se passaram por clientes e marcaram um encontro com a vítima e familiares dela, que tinham uma sala comercial disponível para aluguel em Porto Alegre. Quando foram visitar o imóvel, eles anunciaram o crime e levaram a mulher e familiares até a casa onde moravam.
Da residência, foram roubados diversos pertences – recuperados pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira. Depois disso, os criminosos voltaram para a sala comercial e deixaram a mãe e o marido da empresária amarrados, junto com uma criança, filha da vítima. A mulher foi levada como refém.
A partir disso, os bandidos passaram a exigir R$ 300 mil como resgate, enquanto mantinham a mulher em um cativeiro na cidade de Portão. Mesmo sem o pagamento, a vítima foi solta no dia seguinte, ao meio-dia, no centro da Capital – a polícia ainda não conseguiu identificar o motivo para libertação.
A empresária procurou um estacionamento e, de lá, conseguiu ligar para um familiar. O delegado João Paulo de Abreu afirma que ela sofreu abalo psicológico:
— Quando a gente a localiza, ela nem acredita que somos policiais. E entendemos isso, porque, ao longo da investigação, apreendemos camisetas da Polícia Civil (com os criminosos). Ela não ficou ferida, mas sofreu um impacto psicológico muito grande, com sintomas de estresse pós-traumático. Isso é muito marcante, o medo de depor, de reconhecer pessoas — relata o delegado.
Além das duas prisões, a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão em Esteio, São Leopoldo e Portão, onde foi identificado o cativeiro. Diversos pertences levados da casa da vítima foram recuperados, como televisão, notebook, violão e cafeteira. Também foram apreendidos celulares, quatro veículos, uma pistola e uma arma falsa.