Uma dupla é investigada por série de arrombamentos de casas na Região Metropolitana. Os criminosos aproveitam a saída dos moradores para invadir as residências. Em dois casos apurados por GaúchaZH, os moradores estavam viajando quando os ladrões agiram. Em outras situações, os proprietários trabalhavam. 

Conforme o delegado Joel Oliveira, da 1ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo, os criminosos atuam de maneira semelhante: em dupla, entre as 11h e 13h e chegam em carros clonados. Os ladrões usam chaves michas, que permitem a abertura de diferentes fechaduras sem o uso da força.

Em um dos crimes, câmeras de segurança registraram os ladrões levando pertences da casa até o carro no qual chegaram, estacionado no portão. A residência fica no bairro Campestre, em São Leopoldo. A dupla chega a usar um lençol para carregar roupas. Abarrotado, o porta-malas do veículo praticamente não fecha.

O morador da casa, que preferiu não ser identificado, relata que foram levadas uma série de eletrodomésticos da residência, desde chapinhas para cabelo a televisores. O crime ocorreu em 19 de janeiro, quando a família estava viajando.

 — Foi um baque. Agora estou tentando esquecer. Fiquei cheio de dívidas — conta o morador.

Em 30 de dezembro, uma casa foi invadida em Gravataí, a 42 quilômetros de São Leopoldo. A família passava a virada do ano no Litoral quando soube por uma vizinha que a residência tinha sido arrombada. A ação foi gravada pela mulher, que não escondeu a surpresa no vídeo:

"É assalto! Eles estão deixando até a porta aberta."

Conforme o morador da casa, o servidor público Thiago Ferrugem, foram furtados três televisores, um microondas, espelhos, banquetas da cozinha, além de roupas de inverno. Nem mesmo o animal de estimação da família escapou. O yorkshire Kiko, de oito anos, foi levado pelos ladrões. O cão estava nos fundos da residência. Parentes cuidavam do animal enquanto os moradores passavam férias. Desde então, o cachorro não foi mais foi visto.

— A gente nunca pensa que isso vai acontecer — desabafa Ferrugem .

A ação levou 10 minutos. O morador conta que até a conta do Netflix dele está sendo usada pelos criminosos em um dos televisores. O caso foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) de Gravataí e foi encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia. 

Segundo o delegado regional de Gravataí, Rodrigo Bozzetto, o crime está sendo investigado e não descarta relação com o crime de São Leopoldo.