Vale do Taquari
Dentista vira réu por morte de gerente de banco em Anta Gorda
Ministério Público (MP) havia solicitado a prisão preventiva de Carlos Alberto Weber Patussi nesta quinta-feira, que foi negada
A juíza Jacqueline Bervian aceitou a denúncia e o dentista Carlos Alberto Weber Patussi virou réu pela morte do gerente do banco Jair Potrich, em Anta Gorda, no Vale do Taquari. A informação é do Ministério Público. O pedido de prisão preventiva do acusado foi negado, segundo o o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). O promotor André Prediger disse que vai recorrer da decisão.
A denúncia foi entregue ao Judiciário nesta quinta-feira (11) e apresentada em coletiva de imprensa no Ministério Público de Encantado. GaúchaZH ainda não teve acesso ao despacho no qual o TJ-RS nega o pedido de prisão.
Patussi foi preso em 23 de janeiro em um apartamento em Capão da Canoa, no Litoral Norte, e acabou sendo solto oito dias depois, após solicitação da defesa.
Segundo o promotor, há elementos suficientes para que o dentista responda preso pelo crime. Entre eles estão imagens em vídeo que mostram Patussi mexendo em câmeras de segurança.
Para a Promotoria, o dentista estrangulou a vítima dentro do quiosque no condomínio de alto padrão onde os dois residiam. Depois disso, teria escondido o corpo — até hoje não encontrado.
— As provas que temos são suficientes para denunciá-lo. São provas testemunhais, contradições, quebras de sigilo telefônico e imagens de câmeras de segurança. Acreditamos que o crime não foi premeditado. Eles não conviviam. Onde um estava, o outro não ficava, por conta dessa desavença de anos. Mas naquele dia se encontraram no quiosque e o crime aconteceu lá — disse Prediger.
O dentista foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, por meio que dificultou a defesa, emprego de asfixia – estrangulamento – e motivo torpe. Para o MP, a motivação do crime é a desavença gerada entre os vizinhos depois que o banco no qual Potrich era gerente ter se mudado de imóvel. O prédio antigo pertencia a Patussi e era alugado.
A conclusão sobre o emprego de asfixia, segundo o promotor, baseia-se no fato de que nenhum vestígio de sangue ou material genético da vítima foi encontrado. Isso descartaria, por exemplo, o emprego de arma de fogo ou mesmo de uma faca. Ainda segundo Prediger, nenhuma perícia localizou vestígios, tanto na residência do dentista como no local onde o corpo pode ter sido depositado.
O que diz a defesa
O advogado de Patussi, Paulo Olímpio, disse que recebeu o pedido de prisão preventiva com surpresa por, segundo ele, "não haver prova de autoria e de materialidade" - no caso, o corpo do bancário.
— Me parece que a denúncia não tem sustentação, que não poderá dar curso a ação penal. Se for recebida denúncia, vamos lutar para que ação penal não prossiga — observou o advogado.
Ainda segundo o defensor, todas as perícias deram negativas e, por isso, não há como apontar Patussi pelo desaparecimento e morte de Potrich. Para o advogado, o promotor foi precipitado ao apresentar a denúncia, que, segundo ele, "quis apenas atender a cobrança da opinião pública".
— Não há como apontar responsabilidade pelo desaparecimento de Jacir a Carlos.