Polícia



Vale do Taquari

Dentista vira réu por morte de gerente de banco em Anta Gorda

Ministério Público (MP) havia solicitado a prisão preventiva de Carlos Alberto Weber Patussi nesta quinta-feira, que foi negada

11/04/2019 - 21h34min

Atualizada em: 11/04/2019 - 21h37min


Hygino Vasconcellos
Hygino Vasconcellos
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reprodução / reprodução
Jacir Potrich (esq.), ao lado da esposa, Adriane (dir.), e do filho, hoje com 26 anos

A juíza  Jacqueline Bervian aceitou a denúncia e o dentista Carlos Alberto Weber Patussi virou réu pela morte do gerente do banco Jair Potrich, em Anta Gorda, no Vale do Taquari.  A informação é do Ministério Público. O pedido de prisão preventiva do acusado foi negado, segundo o o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS).  O promotor André Prediger disse que vai recorrer da decisão.

A denúncia foi entregue ao Judiciário nesta quinta-feira (11) e apresentada  em coletiva de imprensa no Ministério Público de Encantado. GaúchaZH ainda não teve acesso ao despacho no qual o TJ-RS nega o pedido de prisão.

Patussi foi preso em 23 de janeiro em um apartamento em Capão da Canoa, no Litoral Norte, e acabou sendo solto oito dias depois, após solicitação da defesa. 

Segundo o promotor, há elementos suficientes para que o dentista responda preso pelo crime. Entre eles estão imagens em vídeo que mostram Patussi mexendo em câmeras de segurança

Para a Promotoria, o dentista estrangulou a vítima dentro do quiosque no condomínio de alto padrão onde os dois residiam. Depois disso, teria escondido o corpo — até hoje não encontrado. 

  — As provas que temos são suficientes para denunciá-lo. São provas testemunhais, contradições, quebras de sigilo telefônico e imagens de câmeras de segurança. Acreditamos que o crime não foi premeditado. Eles não conviviam. Onde um estava, o outro não ficava, por conta dessa desavença de anos. Mas naquele dia se encontraram no quiosque e o crime aconteceu lá — disse Prediger. 

 O dentista foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, por meio que dificultou a defesa, emprego de asfixia – estrangulamento – e motivo torpe. Para o MP, a motivação do crime é a desavença gerada entre os vizinhos depois que o banco no qual Potrich era gerente ter se mudado de imóvel. O prédio antigo pertencia a Patussi e era alugado.   

 A conclusão sobre o emprego de asfixia, segundo o promotor, baseia-se no fato de que nenhum vestígio de sangue ou material genético da vítima foi encontrado. Isso descartaria, por exemplo, o emprego de arma de fogo ou mesmo de uma faca. Ainda segundo Prediger, nenhuma perícia localizou vestígios, tanto na residência do dentista como no local onde o corpo pode ter sido depositado.  

O que diz a defesa

O advogado de Patussi, Paulo Olímpio, disse que recebeu o pedido de prisão preventiva com surpresa por, segundo ele, "não haver prova de autoria e de materialidade" - no caso, o corpo do bancário. 

— Me parece que a denúncia não tem sustentação, que não poderá dar curso a ação penal. Se for recebida denúncia, vamos lutar para que ação penal não prossiga — observou o advogado. 

Ainda segundo o defensor, todas as perícias deram negativas e, por isso, não há como apontar Patussi pelo desaparecimento e morte de Potrich. Para o advogado, o promotor foi precipitado ao apresentar a denúncia, que, segundo ele, "quis apenas atender a cobrança da opinião pública".

— Não há como apontar responsabilidade pelo desaparecimento de Jacir a Carlos.


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