Vale do Taquari
Irmã é indiciada por mandar matar diretor de futebol do Guarani de Venâncio Aires
Mulher e um ex-namorado estão presos desde o começo de fevereiro
A Polícia Civil concluiu que o diretor de futebol do Guarani de Venâncio Aires, Éder Silva, foi morto em uma tentativa de assalto planejada pela própria irmã. O inquérito foi concluído na última quinta-feira (28), e ela e um ex-namorado foram indiciados por latrocínio - roubo com morte.
Os dois indiciados são Cristiane Aline da Silva e Diego Ribeiro. Eles estão detidos desde o início de fevereiro e, com a conclusão do inquérito, tiveram a prisão temporária convertida pela Justiça em preventiva (por tempo indeterminado).
O crime ocorreu em 17 de janeiro, em Mato Leitão, no Vale do Rio Pardo. Éder foi morto ao chegar em casa junto com o filho, um adolescente de 16 anos, que presenciou o crime. Um grupo estava dentro do imóvel e atacou o dirigente. Segundo a polícia, houve confronto e Éder tentou fugir da casa, sendo atingido por um tiro nas costas. Ele morreu no local.
Irmã planejou o crime
O delegado Felipe Staub Cano, responsável pela investigação, tem convicção de que a irmã do dirigente arquitetou e planejou o crime. O motivo é que ela queria a caminhonete e outros bens de Éder. O delegado ainda tenta identificar se o ex-namorado também seria beneficiado com os bens.
— Ela planejou tudo e entrou em contato com este outro homem, também indiciado, solicitando que ele preparasse a ação. Ele cometeu o crime com o auxílio de outras pessoas que ainda estão sendo investigadas. Pelo que apuramos, eles queriam a caminhonete e outros bens da vítima — disse Cano.
De acordo com o delegado, o grupo permaneceu na residência para esperar Éder chegar em casa e então pegar a caminhonete.
— Eles já estavam, digamos assim, aceitando o fato de que poderia haver um confronto — explica o delegado.
Para a polícia, o fato de Éder ter fugido confirma que ele conhecia uma ou alguma das pessoas que estavam dentro da casa. O delegado afirma ainda que Diego esteve na casa antes do crime:
— No dia anterior, mesmo morando em Lajeado, ele esteve no local e andou por ali, provavelmente para fazer um levantamento — explica.
Como houve o confronto e Éder foi atingido, os criminosos não levaram nenhum pertence. A casa, no entanto, ficou revirada após o crime. A polícia segue as investigações e aguarda resultados de perícias para confirmar a identificação de outras pessoas que tiveram participação na morte.
Segundo o delegado Cano, Cristiane confessou em depoimento que contratou o ex-namorado para fazer o assalto. Já Ribeiro decidiu permanecer em silêncio. Após receber o inquérito, a promotoria de Venâncio Aires pediu novas diligências para a Polícia Civil.
A reportagem tenta contato com a defesa dos indiciados.