Criminalidade
Adolescente se apresenta à polícia e afirma que namorado matou cabeleireiro em Gravataí
Vítima foi encontrada sem vida em apartamento no dia 4 de maio. Um adulto está preso
Um adolescente de 17 anos se apresentou na Polícia Civil, acompanhado de seu pai, e afirmou que seu namorado teria esfaqueado até a morte o cabeleireiro Dionatan Francisco de Souza, 28 anos. A vítima foi encontrada em 4 de maio em seu apartamento em Gravataí, na Região Metropolitana.
Na terça-feira (14), o namorado dele, de 18 anos, já havia se apresentado à polícia, quando confessou o crime. Segundo o delegado Eduardo do Amaral, o casal estava junto há dois meses e conheceu o cabeleireiro em um aplicativo gay de encontro. A vítima chegou inclusive a chamar um carro para buscar o casal.
Em depoimento à polícia, o adolescente afirmou que, em determinado momento, ficou sozinho com o cabeleireiro enquanto o namorado estava no banheiro. Em seguida, Souza teria oferecido cocaína para ele, que recusou. Conforme o delegado, logo após, o cabeleireiro teria consumido a droga. Souza teria pedido para o adolescente buscar água. Quando voltou ao quarto, o cabeleireiro teria avançado no garoto e o agredido.
Segundo o delegado, ao ouvir os gritos, o companheiro deixou o banheiro, pegou uma faca na cozinha e entrou em luta corporal com o cabeleireiro, vindo a desferir um golpe nas costas da vítima. O adolescente e o próprio cabeleireiro teriam pedido para que ele parasse, mas o homem teria seguido com os golpes. Em depoimento à polícia, ele afirmou que agiu em legítima defesa. Para o delegado, a reação foi considerada "exacerbada".
Conforme Amaral, o adolescente também falou que, após os golpes, o casal pegou dinheiro para poder voltar para a casa e o celular da vítima para evitar que familiares procurassem o cabeleireiro.
De acordo com o delegado, o depoimento do adolescente diverge do adulto em relação ao material levado — o namorado nega que tenha pego o dinheiro e o smpartphone. Entretanto, para o delegado, a versão do menor "está mais condizente com os ferimentos da vítima". A faca utilizada no crime não foi encontrada.
Após o depoimento, o adolescente foi liberado. Segundo o delegado, a polícia tinha solicitado à Justiça a internação do adolescente, mas até agora não veio retorno do pedido e, por isso, o garoto não pode ficar detido.
A morte segue sendo tratada como homicídio doloso, já que, para o delegado, não há indícios suficientes para afirmar que eles foram ao apartamento do cabeleireiro para subtrair os bens. A intenção do delegado é concluir o inquérito até a próxima semana.
Os nomes dos envolvidos não são divulgados pela polícia.