Homicídio
Polícia não descarta que vigilante assassinado em obra da ponte do Guaíba tenha sido morto por engano
Ricardo Matheus Alves, 27 anos, foi atingido por pelo menos seis tiros enquanto trabalhava em Porto Alegre. Ele não tinha antecedentes
Fazia cerca de três meses que Ricardo Matheus Alves, 27 anos, trabalhava como vigilante em uma empresa terceirizada que monitora o maquinário usado nas obras da nova ponte do Guaíba, na Ilha das Flores, em Porto Alegre. Na madrugada desta quarta-feira (8), o jovem estava em uma das três guaritas que existe no local quando foi assassinado. A vítima foi atingida por aproximadamente seis disparos de pistola 9 milímetros. Sem antecedentes criminais, a Polícia Civil não descarta que ele tenha sido morto por engano.
Conforme a delegada Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital, pouco antes do crime um carro branco esteve no local. Ela conta que os ocupantes do veículo teriam passado lentamente, como se estivessem procurando alguém.
Em seguida, foram embora. Pouco depois, por volta das 2h30min, outro vigilante, que estava em uma das três guaritas, ouviu pelo menos seis disparos. Quando foi para a parte externa, encontrou o colega morto. Alves foi atingido nos braços e no tronco.
Por enquanto, a linha de investigação da Polícia Civil é de que Alves tenha sido vítima de homicídio. O fato de o vigilante não ter antecedente policial e não haver motivo aparente para ter sido executado fazem a polícia cogitar que Alves tenha sido assassinado por engano.
— O local é escuro. Não é improvável que tenham errado o alvo dos tiros. As escalas se alternam. Vamos apurar junto à empresa. Latrocínio, no momento, está descartado já que nada foi levado — explica a delegada, ressaltando que nem os pertences da vítima, como o celular nem o maquinário da empresa foram roubados.
Ainda nesta madrugada, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) encontrou uma Parati branca — que será periciada — na freeway. Segundo a delegada, há suspeita de que o carro tenha relação com o crime. Roberta já entrou em contato com o proprietário do veículo que afirmou que vendeu o carro em 2015. A transação, segundo ele, nunca foi formalizada e por isso o automóvel permanece em seu nome.
A Polícia Civil pretende ouvir as pessoas próximas a Alves e averiguar a escala de trabalho junto à empresa para tentar elucidar o crime. O local não tinha câmeras de segurança.