Região Metropolitana
"Fiquei apavorada", diz vizinha ao saber de morte de adolescente em Alvorada
Polícia tenta identificar atirador, que teria agido sozinho
Em um banco de madeira, uma adolescente conversava com a tia, uma amiga e uma vizinha em uma rua esburacada do bairro Formoza, em Alvorada, na Região Metropolitana. Era noite de sábado (29) e o grupo conversava despreocupado, volta e meia mexendo nos celulares. Próximo das 20h, um homem se aproximou com uma touca cobrindo o rosto. Marjana Bittencourt, 14 anos, achou que ia ser assaltada e logo estendeu o celular. Mas o criminoso não queria o aparelho. Ergueu uma arma e disparou contra ela.
Vizinhos escutaram ao menos cinco disparos. Conforme o delegado Edimar Machado de Souza, três tiros atingiram a vítima — dois na cabeça e outro em um dos braços. Quem estava dentro de casa, correu para a rua. Moradores tentaram socorrer a adolescente, mas não havia mais nada a fazer pois ela estava sem vida. Ao ver a filha caída no chão, a mãe entrou em desespero e foi consolada por quem estava próximo.
Outras pessoas tentaram conter o criminoso. Parentes sabiam que ele tinha ido em direção ao cemitério. A atendente de 28 anos estava fechando o comércio, ao lado da filha de cinco anos, quando viu o homem passando armado.
— Fiquei apavorada. Não sabia o que tinha acontecido.
Na fuga, o homem perdeu a touca e passou por ela de cabeça baixa, com um moletom canguru, cobrindo apenas parte do rosto. A polícia vai agora analisar imagens de câmeras para tentar identificar o homem.
Na vizinhança a adolescente era conhecida desde bebê e, quando cresceu, sempre era vista brincando na rua. Segundo os moradores, a menina era bastante focada nos estudos. A mãe dela é conhecida na região por vender salgados e doces para festas. Para vizinhos, ela disse que já estava preparando a festa de 15 anos da filha, que só iria ser comemorado em maio do ano que vem.
— Todo mundo fica assustado. A gente se coloca no lugar da família, porque poderia ser a minha filha no lugar dela — comenta um vizinho.
Conforme o delegado, a região é conhecida pelo comércio de drogas, entretanto, não é possível afirmar que o crime tenha ligação com o tráfico. Devido às circunstâncias do crime, a morte tem características de execução, ainda segundo a polícia.